scorecardresearch ghost pixel



Informar faixa salarial em oferta de emprego pode se tornar obrigatório

Projeto de Lei que obriga empresas detalharem a faixa salarial ofertada está em análise na Câmara dos Deputados.



Com certeza você já deve ter visto dezenas de anúncios de vagas de emprego sem informações sobre faixa salarial. Essa prática das empresas de “esconder” o salário pode ser proibida em breve com a aprovação de uma proposta que tramita na Câmara dos Deputados.

Leia mais: CNH pode ser renovada pela internet; veja como fazer o serviço

O Projeto de Lei n° 1149/22, de autoria do deputado Alexandre Frota, obriga as companhias de todo o país a informar as remunerações ofertadas para posições em aberto. Em caso de descumprimento, a multa prevista é de cinco salários mínimos.

Se aprovada, a lei terá quer ser cumprida por empresas públicas ou privadas, inclusive nos casos de vagas de recolocação profissional.

“As empresas buscam profissionais para o preenchimento de vagas disponíveis, porém não comunicam qual a faixa salarial, o que gera insegurança ao desempregado. Ou seja, paira a dúvida se é um salário compatível com aquilo que ele está pretendendo ao buscar sua recolocação no mercado”, justifica o deputado.

Competitividade

Para a advogada trabalhista Flavia Oliveira, do escritório Andrade Foz Advogados, as empresa consideram a informação confidencial devido à competitividade.

“Mas, hoje, já é possível achar a faixa ou a média salarial antes mesmo do início do processo seletivo, em sites como Glassdoor e Lovemondays, por exemplo. Antigos empregados postam os salários e os candidatos vão atrás das informações”, diz.

Ela acredita que a aprovação do projeto trará mais transparência ao mercado. “O candidato aplicaria para a vaga se, de fato, fizesse sentido para ele. Hoje, muitas vezes chega ao fim do processo sem saber se a pretensão salarial será atendida. Falo por experiência própria e pode gerar frustração ou mesmo perda de tempo”, acrescenta.

O texto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se aprovado, ele segue para o Senado sem necessidade de aprovação em plenário.

Oliveira explica que a tendência é que a votação seja mais rápida, mas o setor privado pode oferecer resistência. “Terá um lobby imenso de empresas do setor privado justamente pelo ‘medo’ de ficarem mais expostas e perderem algum tipo de vantagem competitiva ao revelar o salário mais rapidamente. Os times de recursos humanos das empresas têm várias estratégias sobre quando e como expor os salários para evitar que as concorrentes saibam”, completa.




Veja mais sobre

Voltar ao topo

Notícias relacionadas

Deixe um comentário