Apesar de ter ganhado força na pandemia, a inflação é uma palavra que persegue os brasileiros há muitos décadas. Ela representa o aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia, sendo sentida na prática quando o poder de compra da população acaba ficando reduzido.
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E para entender como o peso dessa palavra é palpável e afeta as finanças das pessoas, uma nota de R$ 100 hoje em dia já não consegue comprar tanta coisa assim.
Na comparação com o mês de julho de 1994, uma cédula com esse valor compra o mesmo que R$ 13,91 naquela época. No decorrer desses 28 anos, a inflação acumulada contabiliza nada menos que 653%.
Mas o que isso significa?
Em suma, essa desvalorização do real mostra que para comprar o mesmo que se comprava com R$ 100 nos anos 90 agora são necessários R$ 748.
Quem trouxe esses dados foi o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi. Neles, é possível perceber o quanto o poder de compra da população brasileira decaiu ao longo do tempo.
Inflação no Brasil
A renda dos trabalhadores brasileiros não tem recebido trégua da inflação. Arcar com os gastos de itens básicos da alimentação, transporte e combustíveis, por exemplo, pode ser impossível nos dias atuais. O gás de cozinha já é vendido a R$ 130 em alguns estados, enquanto o litro da gasolina ainda pode ser encontrado a R$ 7.
No caso da cesta básica, que compõe os itens essenciais para a alimentação, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que é necessário pagar R$ 777 pelo conjunto de produtos no estado de São Paulo.
“Tivemos poucos momentos com uma inflação acima de 10%, alguns picos, mas nada que tenha saído do controle. A queda do poder de compra é normal em qualquer país, por isso as pessoas precisam buscar investimentos e maneiras de tentar se proteger dessa perda”, esclarece o estrategista chefe da Levante Investimentos, Rafel Bevilacqua.
O economista também ressalta que vários pontos da economia estão atrelados à inflação, a exemplo, salário das pessoas e contratos de aluguel. O mais certo a se fazer seria desindexá-los para promover a queda da alta dos preços, cenário que, segundo Bevilacqua, pode não ser fácil de colocar em prática nos dias atuais.