Já imaginou ter que trabalhar 4 dias na semana e descansar outros 3? Saiba que essa ideia está se tornando cada vez mais um hábito em diversas partes do mundo. O modelo de 32 horas semanais de trabalho já é visto em países como Japão, Emirados Árabes Unidos e Islândia.
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Na prática, o novo esquema propõe a troca da jornada de 40 horas por semana que, quando dividida em 5 dias, resulta em 8 horas diárias. Já no modelo de 32 horas, por exemplo, a conta equivale a 4 dias de trabalho, sendo 8 horas em cada um.
Além disso, a sexta-feira passa a se tornar o 3º dia de folga, junto com o sábado e o domingo. A respeito do salário, os lugares que adotam a semana com 4 dias de trabalho não podem reduzir os ganhos do funcionário, no que é chamado de irredutibilidade salarial.
Atualmente, no Brasil, o corte de salário, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), só é permitido quando há acordos coletivos, como por exemplo, em caso de um empreendimento estar à beira da falência e ter que reduzir os salários para não ter que demitir funcionários.
Risco da jornada excessiva
A discussão a respeito da redução de 5 para 4 na jornada de trabalho vem crescendo a cada dia. A pandemia da Covid-19 contribuiu para o impulso ao tema, quando foi necessária a adoção da modalidade home office em muitos setores da economia.
Somado a isso está um relatório publicado no ano passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os resultados mostram que as chances de se ter um acidente vascular cerebral (AVC) aumentam em 35% quando a pessoa trabalha longas horas por dia durante a semana.
Para conseguir levar uma vida saudável, o ideal seria que as pessoas cumprissem uma jornada de menos de 40 horas semanais, segundo um artigo publicado pela revista Lancet. Os impactos positivos para a saúde seriam significativos, mostrou o estudo.
Jornada reduzida no Brasil: qualidade de vida
No Brasil, algumas empresas já adotam esse sistema, porém, ainda de forma tímida. As discussões sobre essa mudança ainda não atingiram a dimensão que devem.
Mas quem consegue usufruir dos 3 dias de folga garante que a melhora na qualidade de vida é considerável, assim como o aumento da produtividade, pois o foco no trabalho acaba sendo maior.
Atualmente, segundo a Constituição Federal, um trabalhador não pode ter uma carga horária semanal acima de 44 horas. No entanto, não há tempo mínimo. Para esse caso, conforme traz a reforma trabalhista, aprovada em 2017, uma jornada parcial foi atribuída, com duração de 30 horas semanais.