Brasileiros que ganham menos pagam mais Imposto de Renda do que os super-ricos

Um levantamento dos auditores fiscais da Receita Federal mostra que os brasileiros que ganham menos pagam mais IR do que os mais ricos do país.



Um levantamento feito pelos auditores da Receita Federal, por meio do Sindifisco Nacional, mostra abre espaço para as discussões sobre o sistema tributário brasileiro. Os dados mostram que os brasileiros com renda média pagam mais Imposto de Renda (IR) do que os super-ricos.

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O cálculo é proporcional aos rendimentos. Aqueles com renda mensal superior a R$ 344,4 mil 0- ou 320 salários mínimos – pagam 5,25% de alíquota do IR. É praticamente a mesma de quem ganha entre R$ 5,2 mil e R$ 7,3 mil. Nesses últimos casos, a alíquota fica em 4,91%.

Os que ganham menos pagam mais IR

A comparação é, segundo os especialistas, um sinal importante sobre a urgência de uma reforma. Para eles é necessário rever as isenções, assim como as faixas de cobrança. Outro dado que chama a atenção é que os super-ricos pagam um percentual mais baixo do que os brasileiros que ganham entre R$ 7,3 mil e R$ 10,4 mil. A alíquota fica em 7,7%.

O levantamento foi feito com base nos dados da declaração do Imposto de Renda de 2021. Assim, o salário mínimo considerado é referente ao valor em vigor no ano de 2020.

Dessa forma, o que acontece é que os que ganham menos pagam mais IR. Enquanto que as pessoas que mais podem são as menos cobradas. Ao invés de serem os super-ricos, quem paga mais imposto são os contribuintes com rendimento entre R$ 20,9 mil e R$ 31,3 mil. A alíquota para esse grupo é de 11,89%.

Da forma como está, os brasileiros considerados super-ricos têm praticamente 70% da renda livre do tributo. A disparidade acontece porque desde 1996 os lucros e dividendos são isentos de IR, sendo essas a maior parte da renda dos mais ricos do Brasil.

Para corrigir todas essas distorções, a saída seria a reforma tributária. É preciso rever as isenções, assim como atualizar e criar novas faixas. Outro fator é a defasagem da tabela do IR, que chega a 147% em relação à inflação.




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