Os juros cobrados pelo empréstimo consignado do Auxílio Brasil extrapolam a porcentagem paga pelos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso quer dizer que aqueles que pegarem crédito por meio do programa irão pagar juros altíssimos de 3,5% ao mês. Do Instituto, fica em 2,14%. Entenda a problemática.
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Esse é um dos principais pontos criticados por muitos economistas. Para eles, a possibilidade de comprometer até 40% do Auxílio Brasil com o empréstimo consignado acabará se tornando uma verdadeira bola de neve, o que deve aumentar ainda mais o endividamento dos mais pobres no país.
Juros do empréstimo consignado do Auxílio Brasil
Uma simulação feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que a definição de juros mais altos para o consignado do Auxílio Brasil do que o cobrado dos aposentados do INSS eleva em até R$ 528 o valor total a ser desembolsado pelos beneficiários do financiamento.
Quem decide pegar crédito por meio do programa deve ter muita cautela! O juro mensal do consignado do INSS, por exemplo, é até 2,14%. Já o visto no Auxílio Brasil fica em 3,5%. A taxa é considerada muito alta, principalmente por considerar que o benefício é voltado para as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.
A Medida Provisória (MP) definiu que o beneficiário pode comprometer até 40% do valor do benefício. O valor-base é de R$ 400, ou seja, sem considerar o aumento de R$ 200 que só vale até dezembro deste ano.
Com base na proposta, as pessoas podem conseguir até R$ 2.569,34 de empréstimo com o programa em questão. O pagamento é em até 24 parcelas de R$ 160. Os juros, como dito, são de 3,5% ao mês ou 51,11% ao ano.
Se o mesmo valor fosse liberado para um aposentado do INSS, com a taxa de juros cobrada pelo instituto, o valor da parcela mensal seria de R$ 138,01. A comparação é feita para mostrar a disparidade entre as taxas de juros e alertas sobre os riscos do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. É por isso que o risco de endividamento é alto.
Não é para menos que muitos bancos ainda não demonstraram interesse em oferecer o serviço aos beneficiários do programa. A linha de crédito é considerada inapropriada para alguns especialistas, já que muitas famílias dependem do dinheiro do benefício para sobreviver e garantir, por exemplo, a compra de alimentos.