O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, no patamar de 13,75% ao ano. Após 12 altas consecutivas para combater a inflação, a maioria dos economistas acredita que o maior ciclo de aumento em 23 anos chegou ao fim.
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A decisão encerra o período iniciado em março de 2021, quando o Copom elevou a taxa de 2% para 2,75% ao ano. A Selic subiu 11,75 pontos percentuais desde então, o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999.
O mercado não acredita que o começo dos cortes nos juros deve começar tão cedo, mas sim que a taxa deve continuar nesse patamar até junho de 2023, quando cairá para 13,5% ao ano. A previsão para o fim do próximo ano é de Selic a 11,25%.
Previsão confirmada
A expectativa de economistas e investidores para a decisão de ontem era justamente de manutenção da taxa básica, segundo pesquisa divulgada pela corretora BGC Liquidez.
Dos 155 entrevistados, 81% apostavam na permanência do patamar atual. Outros 19% dos participantes do levantamento acreditavam que o Copom faria o último aumento em setembro, de 0,25 ponto percentual.
No início deste mês, Roberto Campos Neto, presidente do BC, retomou as conversas sobre uma possível alta residual da Selic. Um dia após o comentário, Bruno Serra, diretor de Política Monetária, disse que a autoridade já foi muito surpreendida no atual ciclo de aperto monetário e que é preciso ter cautela.
Apesar dos indicadores de que a Selic poderia voltar a subir, há os dados da inflação. Nos últimos dois meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou resultado negativo (deflação), ou seja, os preços caíram.
O Banco Central se baseia nas metas de inflação para definir os juros. Dessa forma, aumenta a Selic quando a inflação está alta, e abaixa quando as previsões estão de acordo com sua expectativa.
