Padre Kelmon é membro da igreja em alguma paróquia brasileira? Entenda a polêmica

Situação é explicada em nota assinada por Dom Tito Paulo George Hanna, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil.



O candidato à presidência da República Kelmon Luís da Silva Souza, que se autodenomina padre, chama a atenção por seus trajes característicos da igreja da comunhão ortodoxa. Entretanto, o cabeça de chapa do PTB não é nem nunca foi sacerdote.

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A situação foi elucidada em nota divulgada pela Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil no dia 14 de setembro.

“Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja”, diz o texto assinado por Dom Tito Paulo George Hanna, arcebispo da instituição.

No último sábado, Kelmon apareceu em um debate presidencial com vestimentas tradicionais ortodoxas. Ainda assim, o documento explica que ele nunca foi seminarista ou membro do clero em nenhum dos três graus da ordem, e qualquer lugar do mundo.

“Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais”, continua.

Padres reclamam

Embora alguns religiosos ainda não conheçam a figura de Kelmon, padres católicos já questionam o uso da denominação. Enquanto isso, o candidato se apresenta como “homem cristão, conservador de direita”.

“Ele não tem comunhão. Nem em Roma, nem mesmo com qualquer igreja de rito ortodoxo. De maneira nenhuma alguém assim pode atribuir-se esse ‘título’. Em se tratando de ‘religioso’, parece mais um ‘outsider’, que quer posar”, afirma o padre Fabiano de Oliveira, da Igreja Católica Apostólica Romana.

“O que eu posso dizer, como membro da Igreja Católica Apostólica Romana, é que quando um padre vai se candidatar a vereador, prefeito, presidente, ele tem que deixar o Ministério. A igreja não tem partido, apesar de ressaltar a importância do voto, que é uma conquista da sociedade”, acrescenta o padre Edir Carvalho do Carmo, administrador da Paróquia Nosso Senhor dos Passos e São Cristóvão.

“Dizer-se de si mesmo, que se é padre, é muito fácil. Quase como Napoleão, que coroou-se a si próprio, negando o sinal divino encerrado neste gesto, este senhor manifestamente não tem comunhão com as referidas igrejas”, completa o padre Fabiano.




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