O salário mínimo deve chegar a R$ 1.302 em 2023, segundo consta na proposta de Orçamento da União enviada ao Congresso na última semana. O reajuste serve apenas para cobrir as perdas com a inflação, e não garante aumento real para a população.
Leia mais: Novo vale-alimentação: quem perde e quem ganha com as mudanças?
O cálculo realizado pelo governo federal considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) estimado em 7,41%. O indexador mede a inflação para famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, que vivem em regiões urbanas do país.
A variação em relação ao piso nacional atual é de R$ 90. Na comparação com a última previsão enviada pelo governo, ainda em abril deste ano, o acréscimo é de R$ 8.
Valor decepciona
O salário mínimo serve de referência para a remuneração de milhões de trabalhadores e segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O valor anunciado voltou a decepcionar muita gente que esperava um aumento real em 2022.
Durante o governo de Dilma Rousseff (PT), o piso nacional era reajustado acima da inflação, assegurando um ganho real aos brasileiros. A política terminou em 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o poder.
Mudança impacta outros benefícios
Além de aposentadorias, pensões e auxílios pagos pelo INSS, o reajuste altera os valores do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do seguro-desemprego e do abono salarial PIS/Pasep. Todos eles têm seu valor atrelado ao piso nacional e/ou possuem critérios de elegibilidade que consideram o salário mínimo no cálculo.