O Banco Central (BC) divulgou na quarta-feira, 5, a prévia do Relatório de Economia Bancária (REB). O documento traz as informações de um experimento que avalia o layout das faturas dos cartões de crédito e mostra que uma mudança na forma de apresentação das informações de gastos pode ajudar o consumidor a pagar as contas em dia e sem atraso.
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De acordo com o documento do BC, divulgado na íntegra nesta quinta-feira, 6, a complexidade do produto, baixo nível de letramento e desatenção do consumidor são fatores que podem contribuir para a utilização inadequada do serviço de cartão de crédito.
O documento cita a dívida derivada do crédito rotativo (quando não se paga o valor total da fatura) e do parcelamento de gastos, cujas taxas de juros são as mais caras do país, girando em torno de 300% ao ano. Os dados mostram que essa prática é comum às pessoas com renda abaixo de dois salários mínimos.
Fatura do cartão mais simples
Segundo o BC, se as faturas do cartão de crédito fossem mais simples, com uma mudança de layout para facilitar a compreensão, haveria um aumento no total de consumidores que pagariam suas contas em dia, reduzindo assim o endividamento.
Esse efeito de “simplificar” o entendimento do que se deve pagar e quais as consequências do atraso, conforme mostra o estudo, teve mais impacto entre as pessoas com escolaridade mais baixa.
“Os resultados sugerem que aprimorar a clareza e a organização das informações têm potencial de melhorar o entendimento sobre o produto, incentivar boas decisões financeiras e reduzir o endividamento”, diz o banco, no texto divulgado.
Cartão de crédito
O experimento utilizando os layout das faturas do cartão de crédito, presente no REB 2021, integra as iniciativas de promoção da Cidadania Financeira do Banco Central. A amostra coletada trouxe em sua composição participantes de diferentes idades, sexo e status socioeconômico. A ideia é que o estudo possa ajudar na melhora da compreensão do serviço de cartão de crédito no país, facilitando sua utilização.
Atualmente, o cartão de crédito é um dos meios de pagamento mais utilizado no Brasil. Segundo o BC, somente no ano passado, cerca de 65 milhões de pessoas realizaram mais de 200 milhões de operações mensais com o serviço. Em números, isso equivale a quase 40% da população adulta brasileira.
