O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enfrentar pouca resistência no Congresso Nacional, cenário bem diferente do que previram os líderes da Câmara e do Senado. Isso porque, apesar de boa parte da bancada ser mais conservadora, muitos parlamentares têm mostrado disposição ao diálogo com Lula.
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Partidos do Centrão, que se tornaram base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), também se mostraram interessados em manter conversa com o novo governo. Outro grupo que se mostrou a favor do diálogo foi o de dirigentes de igrejas evangélicas. Eles disseram que vão orar pelo novo presidente.
Sobre o interesse em conversar com Lula, o deputado Cezinha, da Assembleia de Deus de Madureira, reforçou que não se trata de traição ao presidente Bolsonaro. Segundo ele, o intuito é trabalhar em pautas que vão ajudar o Brasil. “É óbvio que nenhuma pauta aberrante vai passar, como liberação de drogas e aborto. Mas estamos dispostos a trabalhar pautas que ajudem o Brasil”, disse o deputado.
Congresso x Lula
Apesar de parlamentares do PL de Bolsonaro terem se mostrado dispostos a dialogar com Lula, ainda é possível que haja desavença e reações contrárias mais calorosas ao governo petista. “Nós temos um alinhamento maior com Bolsonaro e queremos demonstrar a nossa intenção de formar o maior partido de oposição da história”, declarou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).
Segundo ele, os parlamentares que tiverem a intenção de demonstrar apoio à Lula serão expulsos do partido. Além disso, muitos congressistas da extrema-direita ainda apostam na contestação do resultado da eleição como forma de evitar que o candidato do PT chegue a ocupar o cargo como chefe do Executivo. Até o momento, nenhuma prova concreta foi apresentada para que justificasse a suspensão do pleito.
Hoje em dia, a sigla de Bolsonaro possui a maior bancada da Câmara, com 99 deputados. No entanto, pelo menos 35 deles têm se mostrado distantes do bolsonarismo. São estes que o PT espera conquistar para conseguir apoio e aprovação em projetos, como por exemplo, a PEC de Transição, que autoriza o governo gastar além do teto para aumentar o salário mínimo com ganhos reais e garantir o retorno do Bolsa Família em R$ 600.