Uma previsão dos especialistas em relação a carne bovina pode não agradar aos brasileiros. De acordo com estudos, a expectativa é de que deve faltar carne bovina no mercado em 2023. Isso ocorre devido aos meses de agosto e setembro terem batido recorde no volume de exportação e faturamento, enquant ocorria uma queda no consumo do mercado interno.
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Com isso, o Brasil exportou cerca de 1,5 milhão de toneladas entre janeiro e setembro deste ano, tendo a China como principal importador ao comprar cerca de 60% do total da produção. Os números são os maiores de toda a história de exportação brasileira, tanto no volume quanto no faturamento adquirido.
Contudo, a situação no mercado doméstico brasileiro é de completa oposição. Enquanto toneladas de cortes bovinos são enviados para outros países, os brasileiros encontram cada vez mais dificuldades para comprar carne. Isso ocorre devido a um cenário de altos preços e um poder aquisitivo cada vez mais baixo dos brasileiros.
Instabilidade no mercado interno
Segundo o engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria, Pedro Gonçalves, o mercado interno está andando a passos lentos. Isso faz com que a queda praticada no preço do arroba do boi gordo ainda não tenha chegado aos supermercados e ao consumidor final. Além disso, o valor do arroba também vem se demonstrando instável no mercado interno, oscilando acima dos R$ 300.
Dessa forma, a oscilação ocorre devido a baixa demanda, fato que tem feito os frigoríficos limitarem a compra de lotes de animais para abate. No país, 80% do consumo de carne bovina é do mercado interno, enquanto os demais 20% são exportados e responsável pela regulação do preço. Sendo assim, o valor de venda para exportação também inflaciona o preço final da carne para o consumidor brasileiro.
Contudo, devido a diminuição do poder aquisitivo do brasileiro e do aumento do custo de vida, a demanda do mercado interno não subiu. Sendo assim, é necessário que as empresas realizem uma boa gestão do negócio, com o intuito de conseguirem atravessar bem durante esse período de insegurança.
Por fim, o produtor rural Marcos Minghni afirma que o preço do boi gordo subiu relativamente devido ao cenário internacional de instabilidade, influenciado pelos conflitos armados no Mar Negro e aos efeitos da pandemia.