BOMBA na conta de luz: 50% do valor são encargos do setor elétrico

A cada R$ 100 que o cidadão gasta com energia elétrica, R$ 46 são relativos a encargos do setor energético. Perspectiva é que valores das contas continuem a subir em 2023.



As constantes altas nas contas de energia elétrica têm feito os brasileiros ficarem atentos ao consumo. Porém, pesquisas apontam que os encargos elétricos contribuem para os valores elevados: a cada R$ 100 da conta de luz R$ 46 são ônus do setor elétrico.

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Os dados fazem parte de um estudo realizado pela consultoria PwC e pelo Instituto Acende Brasil. No total, são 11 encargos do setor elétrico e oito tributos federais, estaduais e municipais que incidem diretamente sobre o valor da conta de energia do consumidor final. Além disso a perspectiva é pouco animadora: a tendência é que esses custos aumentem ainda mais nos próximos anos devido a decisões políticas do Congresso sobre o setor.

Estudo

O levantamento foi construído a partir de dados de 45 empresas do setor elétrico nacional, que representam cerca de 70% do mercado de geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia no país.  Tais dados apontaram que tributos e encargos setoriais recolhidos por essas empresas chegaram, em 2021, a R$ 106,1 bilhões. Em contrapartida, no ano anterior foram R$ 95 bilhões.

Na prática, isso representa 46% da receita bruta operacional das empresas. Além disso, mostra que quase metade das contas não remuneram os próprios agentes do setor, mas é usada muitas vezes para outros fins sem ligação com a área energética.

Em 2020, essa participação chegou a ser de 49,1%. Vale destacar que a queda no índice tem relação com a redução da quota de rateio da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Pandemia e anos subsequentes

Se observado o ambiente da pandemia de 2020, o ano seguinte é marcado pela retomada da economia e por preocupações acerca do abastecimento de energia para o setor produtivo. Ainda assim, é possível notar uma relativa estabilidade na participação dos tributos na cadeia de energia.

Já quando se observa o cenário de previsão deste ano, a expectativa é que o peso dos tributos passe por redução. Isso porque em julho entrou em vigor o teto de 17% para cobrança de ICMS em todos os estados.

Previsões futuras

O integrante do governo de transição, Mauricio Tolmasquim, aponta que há expectativa de rever o peso de tributos e encargos já pra o próximo ano.  Para ele, é necessário buscar um acordo para resolver essa situação e desonerar o consumidor.

No entanto, Tolmasquim lembra que a decisão depende de negociação direta com o Congresso Nacional. Por fim, vale destacar que a equipe de transição fez um levantamento do impacto financeiro de medidas tomadas elo governo Bolsonaro sobre o setor elétrico. O relatório aponta um rombo de R$ 500 bilhões até 2026.




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