O verão começou e prever o comportamento das chuvas na nova estação pode ser um desafio para os meteorologistas. Com proporções continentais, o Brasil dificilmente registra um padrão homogêneo de precipitações ou mesmo de temperaturas entre o Sul e o Norte.
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Somados ao fator extensão estão os fenômenos climáticos de impacto mundial, como o El Niño, que aumenta as chuvas no Sul e reduz bastante no Nordeste. Já a La Niña, que atua sobre o país no momento, eleva a irregularidade e aumenta o risco de estiagem no Sul, enquanto beneficia a chuva no Nordeste.
As chuvas castigaram Pernambuco e outros estados nordestinos em maio deste ano, causando mais de 100 mortes após deslizamentos de terra e queda de barreiras. Em apenas uma semana, foram mais de 500 mm, o que levou o volume total em pontos da cidade do Recife a quase 800 mm naquele mês.
Por outro lado, o Sul entra no terceiro verão consecutivo de estiagem, gerando novos prejuízos aos produtores de milho.
Onde chove mais neste verão?
Segundo Luiz Fernando Nachtigall, meteorologista da MetSul, os modelos de clima que preveem a chuva mostram um certo consenso de que deve chover acima da média na maior parte do Norte e do Nordeste no primeiro trimestre de 2023. Já para Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste, os modelos são divergentes.
O volume acima da média esperado para o Norte do Brasil deve ocorrer justamente na época em que já costuma chover mais. Na região amazônica, os primeiros meses do ano são de inverno amazônico, embora tecnicamente não seja inverno por lá.
Considerando as informações do especialista, os maiores volumes de chuvas nos próximos meses serão registrados em Roraima, Amapá, Amazonas e Tocantins, além de Paraná, Piauí, Maranhão, Ceará e boa parte do Nordeste.
