O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu a compra de veículos blindados pelo Exército Brasileiro. A decisão do desembargador federal Wilson Alves de Souza é provisória e questiona a compra dos 98 veículos, com gasto que pode chegar a R$ 5 bilhões.
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O Exército alega que a compra irá custar R$ 3,3 bilhões, bem abaixo do valor indicado na ação. A decisão do desembargador considera uma ação popular que questiona a compra dos blindados para renovar a frota do Exército Brasileiro.
Justiça suspende compra de veículos blindados pelo Exército
Ao justificar a necessidade da compra, o Exército Brasileiro diz que a frota atual está defasada, com veículos velhos. Diz ainda que os sistemas mecânicos estão desgastados. Por serem antigos demais, a reposição é mais difícil pela descontinuidade de produção de alguns materiais.
Diante da decisão da Justiça que suspende a compra dos blindados, o Exército disse por meio de assessoria que o despacho foi cumprido e que irá tomar todas as medidas cabíveis.
Atualmente, o Exército conta com 2 mil veículos blindados. A compra de outros 98 representaria um investimento de R$ 3,3 bilhões. Mas, na ação, o valor previsto é de R$ 5 bilhões.
O modelo desejado pelo Exército é o Centauro II. Inicialmente, a intenção era comprar 98 de um total de 221 unidades previstas. Na decisão, o desembargador diz que não existe nenhuma necessidade de aquisição de equipamentos bélicos por parte do Brasil.
Ainda na ação, o desembargador destaca os cortes bilionários no orçamento público em setores como Educação e Saúde. “Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a Covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento”, considera.
Souza destaca ainda que a Saúde exige mais investimentos no momento, e foi justamente uma das áreas que sofreu cortes. Para ele, a compra de blindados pelo Exército é um desvio de finalidade, ilegalidade e falta de bom senso diante dos cortes em Saúde por falta de orçamento e a aquisição de bélicos em tempos de paz no Brasil.
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