O presidente americano Joe Biden tem sofrido com a pressão de deputados do país que estão alinhando discursos mais agressivos ao ex-presidente do Brasil após as invasões golpistas aos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Sem pedido de extradição oficial, ainda não está claro se Bolsonaro pode ser expulso dos EUA.
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Até esta terça-feira (10), quatro deputados americanos condenaram os atos terroristas na capital brasileira e demandaram a expulsão de Bolsonaro, que está na Flórida desde 30 de dezembro.
Se depender dos deputados, Bolsonaro pode ser expulso dos EUA
O primeiro deputado a se pronunciar foi o texano Joaquín Santos, que afirmou, tanto em seu Twitter quanto em entrevista à CNN americana que “os Estados Unidos não devem dar refúgio para este autoritário que inspirou terrorismo doméstico no Brasil” e que esses “terroristas domésticos e fascistas não devem ter permissão para usar o manual de Trump para minar a democracia”.
Quem também se posicionou foi a deputada nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez que afirmou que “os EUA devem parar de dar refúgio para Bolsonaro”. O coro foi acompanhado da deputada Ilhan Omar, de Minnesota, e do deputado Mark Takano, da Califórnia.
O que os deputados pedem, na prática, é a extradição de Jair Bolsonaro para o Brasil, mas a Justiça brasileira, até o momento, não fez nenhum pedido formal, o que inviabiliza a ação.
No entanto, outra questão pode trazer dor de cabeça ao ex-presidente no país: seu visto. Isso porque, apesar de não existir confirmação, tudo indica que Bolsonaro entrou no país ainda com seu visto diplomático A-1, reservado para representantes de países estrangeiros, no dia 30 de dezembro.
Ao não ser mais o representante legal do país e não estar nos EUA a trabalho, Bolsonaro corre o risco de ser obrigado a regularizar sua situação no país com outro visto ou até mesmo ter o documento revogado e ser expulso. No entanto, isso é apenas especulação, já que nem o governo americano nem o brasileiro comentam status individuais de vistos.
Nos EUA, o pedido de extradição ou expulsão tem ganhado força por conta da reação de Bolsonaro ao ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que estressou a democracia americana e a colocou em teste.
Na época, ao contrário da maior parte dos líderes mundiais, que condenaram o ato, o ex-presidente comentou a situação fazendo menção às alegações falsas de Trump e reforçando seu apoio. Agora, o presidente dos EUA, Joe Biden, não tem comentado a situação de Bolsonaro, mas repudiou com rapidez a tentativa de golpe no Brasil.
