O consórcio é uma maneira bem comum adotada pelos brasileiros para realizar sonhos e projetos. O que muitos não sabem é que quase R$ 2,2 bilhões em recursos referentes a grupos de consórcios ainda podem ser resgatados por seus donos.
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Os valores “esquecidos” estão detalhados no Panorama do Sistema de Consórcio, divulgado pelo Banco Central no último dia 23. Os dados são referentes a contratos existentes até o fim de 2021.
De onde vem o dinheiro?
As quantias em questão correspondem a juros, multas, rendimentos ou rateio do fundo de reserva que não foram sacados após a contemplação do beneficiário ou fim do grupo. Segundo a Lei dos Consórcios, as administradoras podem cobrar uma taxa sobre o que não foi resgatado. A arrecadação com a taxa somou R$ 943 milhões no ano passado.
Até o encerramento de 2021, foram registradas 8,48 milhões de cotas ativas em consórcios, sendo 4,02 milhões de automóveis, 2,38 milhões de motocicletas, 1,28 milhão de imóveis e 867 mil para outros bens e serviços.
Já a inadimplência ficou em 2,5%, leve recuo em relação aos 2,54% registrados em 2020. O valor médio dos créditos somou R$ 55,3 mil, alta de 28% frente a um ano antes. Já o prazo médio aumentou de 119 para 131 meses.
Como resgatar?
Quando um grupo de consórcio é encerrado com recursos no fundo comum, como crédito de participantes contemplados e não contemplados, as empresas têm 60 dias para informar a existência do saldo aos consorciados ativos e excluídos. Eles, por sua vez, têm 30 dias para solicitar o saque.
Passado esse período, o consórcio passa a administrar o valor não reclamado. Segundo a Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios), a administradora pode cobrar uma taxa mensal por esses recursos.
Para verificar as opções de resgate, o cotista deve se informar junto à administradora do serviço. Vale lembrar que as condições variam de acordo com o contrato assinado.