O Tribunal de Contas da União (TCU) está estudando a possibilidade de responsabilizar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, pelos ataques aos prédios públicos ocorridos neste último domingo (8), em Brasília.
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Dessa forma, o Ministério Público e a Corte de Contas solicitou que uma apuração para cobrar os responsáveis pela reparação financeira dos prejuízos causados seja aberta com urgência. Além disso, a investigação também verifica os extremistas que invadiram os prédios públicos do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso.
O pedido foi enviado pelo MP ao presidente do TCU, o ministro Bruno Dantas. O requerimento já seguiu para análise da área técnica da Corte. De acordo com uma apuração feita pelo Estadão, o esforço será para construir nexo de causalidade entre a omissão do governador e o dano causado pelos bolsonaristas, de forma que o prejuízo seja bancado pelos responsáveis pela destruição do patrimônio público.
Patrimônio do governador não é suficiente para bancar destruição
Após ser tomado como suspeito de omitir proteção dos prédios públicos, o governador Ibaneis foi afastado do cargo. A ordem foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A conclusão ocorreu após a força de segurança enviada para a Esplanada dos Ministérios no domingo (8) ter liberado o acesso dos radicais.
Em uma revelação feita pelo Estadão, enquanto os golpistas estavam depredando o patrimônio público, os policiais de reuniram e foram comprar água de coco de um vendedor que estava próximo ao local. Esses fatos foram futilizados na decisão de Moraes, como um dos motivadores para o afastamento do governador.
O procurador Lucas Rocha Furtado solicitou que o TCU peça acesso à decisão divulgada por Moraes, visto que o fundamento da decisão e as demais peças poderão ser utilizadas como provas para responsabilizar o governador.
Hoje, o patrimônio de Ibaneis é declarado em R$ 78,9 milhões. Com isso, um servidor do TCU afirma que o governador consegue pagar os quadros vandalizados, porém ainda ficaria devendo o restante do prejuízo.
Por fim, o procurador ainda solicitou que a Secretaria de Segurança Pública do DF seja intimada a prestar esclarecimentos acerca da omissão policial. Isso porque esse fato facilitou o início da invasão e do processo de destruição.