O tão sonhado churrasquinho de picanha prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mais próximo de se tornar realidade nesse Carnaval. O preço da carne está em queda desde o início do ano, e em 12 meses a desvalorização chega a 10%.
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Apesar de ainda ser inacessível para milhões de brasileiros, o valor é bem melhor que nos últimos anos. Durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, o preço da picanha disparou 52% e fez a proteína ficar bem longe da casa do cidadão que perdeu renda.
Outro item bastante citado por Lula é a cervejinha, cujo consumo tradicionalmente dispara no Carnaval. Após alta de 0,88% em dezembro, a bebida ficou 1,74% mais cara em janeiro. Nos acumulado de 12 meses, o aumento é de 10,50%.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e foram colhidos em estabelecimentos de São Paulo.
Outros itens do churrasco
Para além da picanha, também houve redução nos preços de costela bovina, contrafilé e linguiça. O frango ficou 4% mais barato em janeiro, alcançando queda de 1,54% nos últimos 12 meses. Entretanto, alguns acompanhamentos e itens necessários subiram, confira:
- Pão francês: alta de 18% em 12 meses;
- Farofa: alta de 38,2% em 12 meses;
- Carvão: alta de 31% em 12 meses.
Já o tomate recuou 7% em janeiro, enquanto o preço da cebola despencou 29%. Mesmo assim, por conta das chuvas do último trimestre do ano passado, a alta acumulada desses dois produtos ainda chega a 51%.
Por que a carne está mais barata?
A explicação está na exportação brasileira, que alcançou 160 mil toneladas de proteína bovina “in natura” em janeiro. Apesar do volume elevado, a China, principal importadora, está pagando menos.
Os chineses desembolsaram, em média, US$ 6,41 por quilo de carne do Brasil em 2022. Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea, os preços foram caindo durante o ano, passando de US$ 7,33 de junho para US$ 4,96 em dezembro.
A redução da demanda chinesa puxou para baixo os preços no mercado externo, o que também influenciou as vendas internas. Segundo o pesquisador, é possível que o mercado tente reajustar os preços durante o Carnaval, quando a procura costuma aumentar, mas a margem para alta é pequena.