O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (27) a discussão de um projeto de Pix internacional envolvendo pelo menos outros quatro países da América do Sul: Uruguai, Colômbia, Equador e Chile.
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Segundo o presidente da autoridade monetária brasileira, a ideia é criar um bloco de países latinos que utilizem o sistema instantâneo de pagamentos e transferências no continente.
“Estamos pensando como fazer o Pix internacional. Alguns países da América Latina já estão discutindo conosco como eles vão adotar o Pix. Achamos que vai ter um bloco. Você viaja entre os países e faz o pagamento automático. Assim, se resolve o problema do pagamento transfronteiriço”, disse Campos Neto.
A fala foi dada durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.
Pix internacional pode substituir moeda única
Segundo Campos Neto, o surgimento de um Pix internacional unindo o bloco pode retirar a necessidade de falar em uma moeda unificada, ao menos entre para transações comerciais.
“Acho que isso é uma forma de unificar o bloco, sem necessidade de falar em termos de moeda (única). Se a gente tem um pagamento instantâneo, já unificado, nós já fazemos o trabalho de pagamento transfronteiriço”, explicou Campos Neto.
No Brasil, o Pix também foi um importante mecanismo para a bancarização da população. Segundo o BC, quase 9 milhões de brasileiros abriram contas bancárias para usar o Pix. Até dezembro passado, o sistema registrou 141 milhões de usuários com 550 milhões de chaves cadastradas. Somente em 2022, o Pix movimentou R$ 10,9 trilhões.
O presidente do BC também falou do real digital, a futura moeda virtual brasileira. Segundo ele, os testes devem começar já no mês de março e deve estar em pleno funcionamento até o fim de 2024. “No mês que vem, a gente vai ter o projeto-piloto funcionando, um piloto da moeda digital. O Brasil vai ser um dos primeiros países do mundo a fazer isso”, ressaltou Campos Neto.