Terremotos podem ser catastróficos e já causaram estragos em diversas partes do globo terrestre. Por isso, cientistas se debruçam em maneiras de como minimizar as consequências deste e de outros desastres naturais.
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Um estudo publicado na revista científica “Bulletin od the Seismological Society of America” apresenta o que parece ser uma tecnologia promissora na prevenção e previsão de terremotos e outros desastres naturais. O artigo descreve um modelo que considera o histórico dos abalos.
O que se sabe sobre terremotos pode ser uma mentira
Até então, os sismólogos acreditavam que terremotos e abalos sísmicos tinham um tipo de padrão. Desta forma, a crença geral era de havia um intervalo de tempo entre um tremor e outro.
Entretanto, o artigo publicado desmente esta informação. Os terremotos, vez ou outra, acontecem de forma inesperada. E, com isso, os cientistas ainda não conseguiam explicar como, nem por quê.
O modelo proposto pelos estudiosos, agora, é mais abrangente e realista. Isso porque, ao invés de usar o tempo médio entre terremotos que já aconteceram, considera-se a ordem e o momento específico dos episódios anteriores.
Desta forma, os pesquisadores conseguem explicar, por exemplo, por que alguns tremores vem em grupos, com tempo relativamente curto entre eles.
De acordo com Seth Stein, cientista do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade do Noroeste dos EUA, considerar a história do terremoto ajuda bastante na previsão dos próximos. Para esta explicação, ele fez uma analogia.
“Quando você está tentando descobrir as chances de uma equipe ganhar um jogo de bola, você não quer olhar apenas para o último jogo e a média de longo prazo. Olhar para trás sobre jogos recentes adicionais também pode ser útil. Agora podemos fazer algo semelhante para terremotos”.
O co-autor do artigo científico, James S. Neely vai além. Para ele, terremotos se comportam como “ônibus não confiáveis”.
“O ônibus pode estar programado para chegar a cada 30 minutos, mas às vezes se atrasa e outras vezes se adianta. Em nosso modelo, se um terremoto se atrasa, é mais provável que venha outro logo. E quanto mais tarde for o ônibus, mais cedo o próximo virá atrás dele”, explicou.
Boa memória
O que se acreditava, até então, era que os terremotos vinham dos movimentos lentos que acumulam tensão e acabam sendo liberados em um abalo. Este, pelo menos, foi o modelo adotado após um terremoto que destruiu a cidade de São Francisco, nos EUA, em 1906.
Entretanto, de acordo com Neely, os terremotos não são como relógios. “Às vezes, vemos vários grandes terremotos acontecerem em curtos períodos de tempo entre eles”, salientou. “E, em seguida, passam-se longos períodos sem nenhum movimento”.
Então, o novo modelo, assume que os terremotos são mais organizados do que se imagina. Além disso, concluíram que os abalos têm um tipo de “memória a longo prazo”. A explicação é que, em algumas vezes, um tremor não libera toda a tensão que se acumulou.