De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, as chances de ocorrência do fenômeno La Niña no primeiro semestre de 2023 devem cair de 15% para menos de 10%, enquanto as chances de ocorrência do El Niño devem aumentar a partir de abril, chegando a mais de 60% entre setembro e novembro.
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A presença de fenômenos climáticos como La Niña e El Niño são observados de perto pelo setor agropecuário, uma vez que eles podem afetar a regularidade das chuvas e, consequentemente, as safras.
El Niño ameaça o Brasil?
Em anos de La Niña, o Sul do Brasil é tradicionalmente afetado por menor volume de chuvas, resultando em quebras de safra, como está acontecendo neste ano de 2023. O Rio Grande do Sul é uma das regiões mais atingidas, com perdas de até 100% em culturas como o milho.
Por outro lado, áreas do Cerrado e Matopiba têm sido favorecidas pela umidade, o que levou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a prever uma safra recorde de soja, com 152,9 milhões de toneladas.
Se o El Niño se confirmar de baixa intensidade para 2023, ele pode ter um impacto negativo na produtividade da soja na média brasileira, de acordo com uma pesquisa da consultoria Céleres.
Segundo a pesquisa, se confirmado, seria considerado um El Niño de baixa intensidade e a produtividade da soja seria 1,8% menor do que o esperado, ou seja, 1,1 saca/hectare na média brasileira.
No entanto, os efeitos negativos dos fenômenos El Niño/La Niña se dissipam na média nacional, graças à compensação entre as regiões Sul e Cerrado. A variação da produtividade da soja em anos de El Niño e La Niña varia de acordo com a região.
As atualizações da NOAA sobre a ocorrência de El Niño e La Niña em 2023 têm implicações importantes para o setor agropecuário e para a segurança alimentar do país.