A colunista Ana Flor noticiou na última quinta-feira, 24, que o governo decidiu pela volta dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol a partir de março. O fim da desoneração, que foi estabelecida no ano passado via medida provisória, deverá custar caro para o consumidor final.
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A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que o preço da gasolina vai subir R$ 0,6869 por litro nos postos brasileiros. Já o etanol ficará R$ 0,2418 mais caro por litro.
O governo federal não deu nenhum sinal de que pretende manter a tributação dos combustíveis em zero.
Compensação
Caso a Petrobras decida reduzir o preço cobrado em suas refinarias, esse aumento pode ser freado. Segundo a Abicom, a gasolina vendida pela estatal às distribuidoras do país está 8% acima da cotação observada no mercado internacional.
Para se ter uma ideia, a Acelen, dona da refinaria privada de Mataripe (BA), cortou o preço do derivado de petróleo em R$ 0,2959 por litro nos últimos dias.
O assunto deve ser discutido nesta sexta-feira, 24, em uma reunião do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro estava marcado para ontem, mas foi adiado.
Outros combustíveis
Já diesel, gás de cozinha, gás natural e biodiesel estão com os impostos federais zerados até 31 de dezembro de 2023. A medida também é válida para a importação dos produtos.
O plano do governo é reduzir o déficit superior a R$ 200 bilhões previsto para 2023, mas parte dos integrantes teme o impacto da medida na inflação e na popularidade de Lula. Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o órgão já considera o cenário de retorno dos impostos sobre gasolina e etanol a partir de março.