Em breve, uma mudança irá impactar o mercado nacional de carros elétricos no Brasil. Isso porque o Inmetro vai ‘cortar’ a autonomia desses veículos em suas etiquetas visando se aproximar com mais fidelidade da realidade dos motoristas no dia a dia.
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Isso porque os testes feitos em laboratório podem não refletir a experiência do motorista na prática, com diferentes possibilidades e fatores que fazem o carro rodar menos.
Por isso, agora, se o carro elétrico ou híbrido alcançar 100 km de autonomia no teste em laboratório, ele irá constar com uma autonomia de 70 km no PBEV (Programa Nacional de Etiquetagem Veicular) do Inmetro.
Inmetro vai ‘cortar’ a autonomia mas clientes e montadoras divergem
A novidade divide opiniões. Para alguns proprietários de veículos elétricos, não há motivo que justifique uma medida preventiva tão “severa”.
“Enxergamos a nova etiquetagem do Inmetro como uma medida imprecisa e não condizente com a realidade dos veículos elétricos à venda no país. Vai reduzir o consumo destes produtos, visto que os números apresentados induzem a uma escolha errada por parte do consumidor”, opina Clemente Gauer, membro da Abrevei (Associação dos Donos de Veículos Elétricos e Híbridos).
Já para a Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos, a medida é vista com bons olhos, já que os testes são feitos em condições de laboratório, muito favoráveis. Isso inclui motoristas treinados, temperatura e umidade controladas, simulação de um trajeto plano, com tráfego leve, veículo sem carga e com pneus calibrados etc.
A associação ainda defende que redução similar já ocorre em outros países, indicando um fator de deflação aos resultados de laboratório.
Já o Inmetro afirma, em nota, que o PBEV segue as diretrizes do programa Rota 2030 para carros elétricos e se baseia na metodologia norte-americana da SAE (Society of Automotive American Engenieers).
Para a entidade, esse novo formato acompanharia a evolução do mercado e vem sendo debatido na indústria há alguns anos, inclusive com consulta pública em 2020.