Depois de anunciar uma demissão de 12 mil funcionários, expondo uma crise entre as empresas de tecnologia, várias publicações e relatos estão surgindo em redes sociais sobre a Google. As histórias contadas pelos profissionais estão expondo algumas das experiências vividas no dia a dia de trabalho na tão consagrada empresa.
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Um dos “denunciantes” é do profissional Praveen Seshadri, que trabalhou no Google Cloud por três anos. Ele publicou um relato na plataforma Medium sobre os problemas do Google, onde expôs quatro questões graves da empresa. Apesar disso, ele ainda acredita que há esperança. Entenda ao longo do texto.
Os quatro problemas mencionados por Seshadri incluem: falta de uma missão, má gestão, uma não urgência e a oferta de desilusões de excepcionalidade.
Ele conta que, ao trabalhar na gigante de tecnologia, observou que as suas ações não faziam tanta diferença e que tudo mudou quando percebeu que os 175 mil funcionários das instituição estavam presos em processos imutáveis.
“É como se eles fossem ratos de laboratório presos em um labirinto de aprovações e processos de lançamento, no qual o “queijo” que é oferecido são promoções, bônus, comida chique e vantagens extravagantes”, comparou.
Ex-funcionário conta que Google não dá atenção aos seus usuários
Seshadri ainda narrou que a satisfação pessoal é colocada de lado pela empresa, o que pode possibilitar a percepção de uma falta de relevância em seus trabalhos. Ainda de acordo com o texto, ele aponta que a empresa mudou depois que conquistou grandes investidores e resultados.
Antes, a companhia era composta por funcionários que trabalhavam pensando em atender os consumidores da plataforma. Agora, eles trabalham pensando em atender outros funcionários.
“Eles só pensam em servir ao seu gerente ou a algum processo”, explicou.
Outro relato feito por um ex-engenheiro apontou problemas na realização de feedback com funcionários, visto que vários produtos e novas ideias são ignoradas, ao passo que os colaboradores estão focados em receber promoção.
Os líderes contribuem para o cenário
Ao continuar o seu relato, o ex-funcionário ainda afirma discordar de um dos valores da companhia que fala da importância de respeitar uns aos outros. Alguns membros de equipes ousam agir de uma forma heroica para mudar a situação; no entanto, líderes tentam desestimular essas ações.
“Se alguém optar por trabalhar duas vezes mais do que se espera dele, geralmente será impedido de fazê-lo porque precisa trabalhar com outras pessoas, e isso forçaria os outros a trabalharem mais também”, revelou Seshadri, que ainda cita que muitos profissionais interessados em crescer acabam ficando desanimados.
Seshadri considera que nem tudo está perdido. Para ele, a mudança precisa começar dos profissionais que estão no topo. “As lideranças precisam ter missões claras, acima do ganhar dinheiro ou de criar tecnologia”, opinou.