O Brasil está criando uma moeda digital de banco central (CBDC é a sigla em inglês). A novidade está em desenvolvimento ou ativa em cerca de 90 países do globo, visando trazer mais tecnologia e outras possibilidades para a política monetária no mundo. Afinal, o real digital é ou não uma criptomoeda como o Bitcoin?
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Apesar de beber da fonte do Bitcoin (BTC), que foi a primeira moeda nativamente digital criada no mundo, o Banco Central garante que não, o real digital não será uma criptomoeda. Apesar disso, as características técnicas de como a tecnologia brasileira será não foram divulgadas e esclarecidas.
O que se sabe é que os testes devem começar ainda no primeiro semestre e que o BC deve lançar um projeto piloto para testar a privacidade e segurança da rede que irá abrigar a demanda.
Real digital não é criptomoeda, mas parece com uma
Algumas semelhanças já podem ser encontradas a partir das pistas dadas pelo Banco Central. Por exemplo: é esperado que a rede onde o ativo digital irá trafegar seja inspirada no Ethereum (ETH), pela capacidade de emitir tokens (representações digitais) e interagir com smart contracts, como são chamados os contratos inteligentes.
Para a equipe que coordena o projeto nacional, esta tecnologia permite a redução de custo de criação e manutenção de contratos financeiros. Outra característica similar é que os ativos financeiros do real digital devem ficar disponíveis 24 horas por dia, diferente do que se vê hoje, com a dependência da rede bancária e seus horários.
A principal diferença está na rede. Enquanto as criptomoedas se utilizam de redes descentralizadas, o real digital terá a sua validação feita por agentes autorizados pelo BC, como os próprios bancos e instituições financeiras.
“A estrutura de validação ainda não foi definida, mas a operação de nós por agentes autorizados é compatível com as atuais diretrizes para o desenvolvimento do real digital”, comentou Fábio Araújo, coordenador do projeto do real digital no Banco Central.
