Muitos trabalhadores ficaram decepcionados após o governo anunciar que o salário mínimo subiria para R$ 1.302 em 2023, mesmo valor aprovado por Jair Bolsonaro em dezembro. A grande decepção é que o presidente Lula prometeu, ainda durante sua campanha eleitoral, elevar o piso nacional para R$ 1.320.
Leia mais: Dinheiro esquecido em bancos já tem data para saque?
A diferença pode ser pequena, mas é significativa para muita gente. Por isso, as discussões sobre um novo reajuste seguem ocorrendo e novidades podem estar por vir.
Um novo aumento do salário mínimo ainda em 2023 depende da avaliação que está sendo feita por um grupo de trabalho criado por Lula em janeiro. A equipe tem até 90 dias para apresentar uma proposta de nova política de valorização do piso nacional.
Problema de orçamento
O maior problema enfrentado pelo governo para promover um novo reajuste é a falta de orçamento. Antes da posse, a equipe de transição calculava gastos na casa dos R$ 6,8 bilhões para chegar ao valor de R$ 1.320. Após obter todas as informações sobre as contas públicas, a estimativa hoje é de um custo entre R$ 7 bilhões e R$ 14 bilhões.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o reajuste pode acontecer nos próximos meses se os resultados econômicos forem satisfatórios. “Se tiver espaço, haverá alteração. Não tem espaço? Vai manter R$ 1.302. Se o espaço que tem der para pagar R$ 1.315, vamos nesse valor. Conseguiu mais? Sobe para 1.320”, afirmou.
Mais recentemente, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, declarou que o novo aumento deve ocorrer em maio se houver “corte de gastos”.
De onde virá o dinheiro?
Segundo a ministra, sua equipe está estudando as contas públicas para reduzir gastos e permitir o novo aumento. Ela antecipu que tem noção de quais áreas podem sofrer cortes nas verbas, mas preferiu não revelar para não “atrapalhar uma possível negociação nessa questão”.
“Se for uma decisão política do presidente da República [reajustar o salário mínimo], nós abriremos espaço fiscal. De onde cortar? É uma decisão que nós apresentaremos à Junta, aos outros ministros, ao presidente da República. Não é uma decisão tomada individualmente. A mim me cabe abrir o espaço, achar alternativas, no plural. E aí é uma decisão coletiva, ratificada e decidida, possivelmente junto com o presidente da República”, completou Tebet.