A conta de luz é um gasto recorrente na vida da maioria dos brasileiros. Muitas vezes, é motivo de reclamações devido ao seu valor elevado. De fato, o preço da energia no Brasil é considerado um dos mais altos. Segundo o estudo da plataforma CupomValido.com.br feito com dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o país tem a segunda conta de luz mais cara do mundo.
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Sim, estamos atrás apenas da Colômbia. Mas por que pagamos tão caro? Saiba a resposta ao longo do texto.
Embora a energia elétrica tenha altas taxas, o serviço também é conhecido por fazer parte da lista das melhores matrizes energéticas renováveis, diferente da tendência mundial de uso de fontes não renováveis de energia.
Esse é um ponto positivo, no entanto não impacta no alto custo.
Os fatores que fazem a conta aumentar envolvem impostos e subsídios, taxas destinadas às políticas públicas e falta de eficácia do setor elétrico, além, é claro, dos valores relacionados à geração, transmissão e distribuição da energia.
Fatores que fazem a conta de luz ficar cara
Em 2022, a Abrace realizou um levantamento no qual revelou que apenas 53,5% do valor da conta eram atribuídos, de fato, à geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. O que significa que os consumidores pagaram quase o dobro por causa dos impostos adicionados.
A maior despesa que foi apresentada pela pesquisa era a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Ela funciona como um fundo setorial que financia diversas políticas públicas com recursos de subsídios privados, ou cruzados, e subsídios públicos, com uso de recursos do Orçamento Geral da União (OGU).
Esse fundo banca questões como descontos tarifários, a conta de consumo de combustíveis, a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), o programa Luz para Todos, compra de carvão mineral nacional e vários outros.
Nesse ano, os consumidores brasileiros irão pagar cerca de R$ 29,572 bilhões para a CDE por meio desses tributos na conta de luz. Isso representa 84,5% do orçamento do CDE, que será de R$ 34,986 bilhões em 2023, já que o valor foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no início de março.
Além dos impostos, outros fatores que também influenciam no custo são: os Encargos do Serviço do Sistema (ESS) elétrico, que são os valores que retornam às geradoras de energia para que realizem a manutenção de todo o sistema, bem como o Proinfa, que tem a finalidade de aumentar a participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia.