Desde o pedido de recuperação judicial da Americanas, diversos consumidores têm relatado problemas de entrega e mesmo no uso de alguns de seus produtos, como a carteira digital Ame, que muitos comerciantes deixaram de aceitar.
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A crise na empresa veio a público no dia 11 de janeiro, quando foi divulgado um rombo bilionário em seu balanço. Desde então, muitos clientes e parceiros comerciais ficaram inseguros.
Somente no portal Consumidor.Gov.Br, a empresa foi alvo de 1.484 queixas, quase o dobro de novembro, quando acumulou 773 reclamações. Segundo dados da plataforma, o salto quantitativo é natural para o período, principalmente após as vendas da Black Friday em novembro e de Natal, em dezembro.
As reclamações, no entanto, registram muito do receio que ronda a marca. É o caso do auxiliar de compras Lucas Ribeiro, 19, que preferiu cancelar sua compra e buscar outro site após dois atrasos na entrega por parte da Americanas.
Saiba seus direitos: como o consumidor fica com a recuperação judicial da Americanas
Especialistas afirmam que a recuperação judicial não deve e nem pode prejudicar a relação da empresa com os consumidores. A própria empresa também reafirmou isso após pedido de esclarecimento por parte do Procon-SP.
“Se houver algum problema entre os parceiros e a Americanas, as duas empresas são corresponsáveis na solução. Não é o consumidor quem deve ser penalizado”, explica Rodrigo Tritapepe, diretor de atendimento e orientação ao consumidor do Procon-SP. Com isso, mesmo produtos vendidos na Marketplace da Americanas ficam garantidos.
Entenda abaixo seus direitos e orientações. As informações foram trazidas pelo jornal Extra com o apoio do Procon-SP.
Direitos preservados: Independentemente da recuperação judicial, a empresa continua obrigada a cumprir prazos de entrega, ressarcimento, troca e tudo que está previsto no contrato e na lei. Se houver descumprimento registre nos Procons ou no portal Consumidor.go.br.
Operação: Especialistas destacam que a preservação do bom atendimento é parte importante no processo, pois demonstra capacidade de evitar a falência.
Problemas: Em caso de problema entre os parceiros e a Americanas, ambos são corresponsáveis na solução.
MEI: A Justiça tende a aplicar o direito do consumidor ao microempreendedor individual, entende que sua vulnerabilidade é mais próxima a do consumidor comum do que de uma empresa tradicional.
Ame Digital: A Americanas diz que as operações estão normais e que o saldo de cashback dos clientes na carteira digital é protegido e lastreado pelo Banco Central. As cláusulas do programa de fidelização, da conversão de pontos e devolução de valores devem ser respeitados. Caso o uso fique restrito à Americanas, diante da crise, especialistas orientam apressar o uso do crédito.