Uma trágica história envolvendo um homem que ficou milionário nos Estados Unidos voltou à tona nas redes sociais após uma reportagem do jornal The Mirror ser liberada. Abraham Lee Shakespeare morava na Flórida, nos EUA, e tinha 43 anos em 2006, ano em que ganhou US$ 30 milhões na loteria, cerca de R$ 149 milhões na cotação atual.
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Ele era assistente de motorista de caminhão e morava com a mãe na região rural de Plant Town, em Tampa. Abraham era descrito como um homem semianalfabeto e “extremamente generoso” em relação ao dinheiro que havia ganhado, um fato que fez com que algumas pessoas tentassem se aproveitar dele.
O final da história de Abraham não é tão feliz assim. Em janeiro de 2010, ele foi encontrado morto no quintal de uma casa. Seu corpo estava coberto de concreto. Após ter sido encontrado, o irmão de Shakespeare revelou à imprensa: “Ele me dizia: ‘Eu estaria melhor falido’. Ele dizia isso o tempo todo”.
Amizade perigosa
Um ano após se tornar milionário, Abraham conheceu Dorice Donegam Moore, conhecida como DeeDee. O encontro aconteceu depois que o rapaz comprou uma casa avaliada em aproximadamente US$ 1 milhão em Lakeland, no condado de Polk. Para se aproximar de dele, DeeDee afirmou que iria escrever um livro sobre a vida de Abraham, contudo; com o passar do tempo, a mulher acabou virando uma espécie de “conselheira financeira”.
Documentos comprovam que a empresa de DeeDee, a American Medical Professionals, adquiriu a casa de Shakespeare por US$ 655 mil 2009. Em seguida, ela o ajudou a abrir uma companhia, o que permitiu que ela tivesse acesso ao dinheiro do ganhador. Com isso, há provas de que Moore havia feito um saque de US$ 1 milhão.
Moore afirmou que Abraham havia lhe dado o dinheiro de presente. Um dinheiro que foi utilizado para comprar um carro da marca Hummer, um caminhão e um Corvette, porém a quantia dada ainda foi suficiente para bancar até mesmo uma viagem de férias. “DeeDee Moore enganou Abraham Shakespeare por seu dinheiro, e isso possivelmente custou a vida dele”, afirmou o xerife do condado de Polk, Graddy Judd.
Sumiço do ganhador da loteria foi desvendado
Shakespeare foi visto por sua família pela última vez em abril de 2009. Eles acreditavam que o homem teria tirado algum tempo para aproveitar o dinheiro, visto que ele costumada se esconder um pouco devido às pessoas que ficavam lhe pedindo empréstimos depois de ganhar na loteria.
Em depoimento à polícia, Moore afirmou que ajudou Shakespeare a sumir.
Durante meses, ela tentou fazer com que o rapaz parecesse vivo, usando o celular da vítima para mandar mensagens de texto como se fosse ele. Além disso, ela teria pago US$ 5 mil a um parente de Shakespeare para que ele entregasse um cartão de aniversário à mãe do milionário, afirmando que o filho que teria mandado.
Apesar dos esforços, o corpo do homem foi encontrado no ano seguinte, cimentado no quintal de uma casa que pertencia á Moore. Ela negou que tivesse algo a ver com a morte e disse que Abraham tinha problemas com traficantes de drogas. Em contrapartida, o ex-marido de Moore afirmou à polícia que ela tinha pedido ajuda para cavar um buraco no jardim de casa e depois para tampar com concreto.
Segundo o depoimento, ele não tinha ideia do que estava acontecendo.
Por fim, a polícia concluiu que o homem não estava envolvido no caso e acusou Moore de assassinato. Ela foi condenada em 2012 à pena de prisão perpétua. O caso voltou à tona depois que o governador da Flórida, Ron DeSantis, aprovou em 2022 que o nome dos ganhadores de prêmios de loteria acima de US$ 250 mil devem ser confidenciais.