O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu no Brasil o uso de esteroides androgênicos e anabolizantes, como no caso da reposição de testosterona, para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. No entanto, a medida publicada no Diário Oficial da União garante o uso dos medicamentos para quem possui problemas hormonais.
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Ao contrário do que muitos imaginam, o uso de terapias hormonais para melhoria do desempenho físico já era proibido pelo Código de Conduta Ética do Comitê Olímpico Brasileiro. Desse modo, o uso de “bomba”, como conhecido popularmente, era mais comum entre os atletas amadores, visto que os profissionais passam obrigatoriamente pelo exame antidoping.
Dessa forma, o Conselho de Medicina decidiu adotar a medida após o crescente número de reações adversas associadas aos hormônios prescritos de forma errada. Porém, a decisão não estabelece de qual forma a questão será fiscalizada, contribuindo para o aumento de um mercado paralelo e ilegal. Em relação aos lotes falsificados, a verificação já é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Estudos mostram malefícios à saúde
Segundo o CFM, a medida que proíbe o uso de anabolizantes foi baseada na falta de estudos clínicos que comprovam que o uso desses hormônios acima do nível normal, tanto em homens quanto em mulheres, sejam benéficos à saúde.
Em contrapartida, o conselho ainda alerta para a existência de “evidências científicas disponíveis sobre os riscos e malefícios à saúde, contraindicado o uso com a finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo”.
Contudo, o conselho entende que, conforme novos estudos forem sendo realizados, o entendimento sobre o caso poderá mudar futuramente. “Apesar de a medicina ser uma ciência dinâmica, ainda não é seguro indicar a hormonioterapia anabolizante para fins estéticos e esportivos”, afirmou.
Quais os efeitos colaterais dos hormônios?
O uso inadequado de esteroides androgênicos e anabolizantes pode trazer diversos efeitos adversos para os usuários, principalmente em casos nos quais a deficiência hormonal não é diagnosticada. Dentre os efeitos colaterais, estão:
- Distúrbios endócrinos, como infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido;
- Aterosclerose (enrijecimento das artérias);
- Doenças hepáticas (do fígado), como hepatite medicamentosa, insuficiência hepática aguda e carcinoma hepatocelular;
- Transtornos mentais e de comportamento, incluindo depressão e dependência.