A renomada cervejaria catarinense, conhecida como CSC, responsável pelas marcas Saint Bier, Coruja, Barco e Catarina, decidiu encerrar as atividades em sua fábrica localizada em Forquilhinha, Santa Catarina, onde foi fundada em 2007.
A CSC optou por essa ação devido à mudança em seu plano de negócios, que agora busca licenciar suas marcas, permitindo o uso por outras empresas interessadas e obtendo royalties com base no desempenho. O Pub Saint Bier, anexo à fábrica, seguirá em funcionamento.
Bruno Braviano, CEO da CSC, negou problemas financeiros na empresa. Em 2022, a CSC teve um faturamento de R$ 61 milhões, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. A decisão de encerrar a produção acontece num momento em que o setor de cervejas artesanais enfrenta dificuldades econômicas, como aumento de juros, inflação e renegociação de dívidas.
A CSC planeja licenciar suas marcas por estado, permitindo que cada uma delas tenha várias representações pelo Brasil. Esse modelo busca tornar as marcas mais competitivas no mercado, reduzindo os custos logísticos e tributários.
Segundo Braviano, a CSC começou a experimentar a terceirização há três anos devido a limitações na capacidade produtiva. A empresa percebeu que essa poderia ser uma solução para lidar com os desafios de crescimento do negócio. Atualmente, 20% dos 5,3 milhões de litros produzidos anualmente são originários de cervejarias terceirizadas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As negociações estão mais avançadas em Santa Catarina e Porto Alegre, onde as marcas são bem conhecidas e a empresa já trabalha com terceirizadas. Nos outros estados, as conversas estão em estágios iniciais. A expectativa é fechar negócios em até 60 dias nos dois estados do sul.
Ainda não há um consenso sobre o valor dos royalties que a empresa cobrará pelo uso das marcas, mas a CSC acredita que pode negociar melhores termos. O anúncio atual foi feito considerando a sazonalidade do setor, que tem uma produção menor após o Carnaval.
Com a decisão, 88 funcionários serão demitidos nos próximos 60 dias. A empresa está elaborando um plano para auxiliar na recolocação desses profissionais. Após o encerramento da produção, a CSC pretende vender o espaço e o complexo industrial.
