Um estudo realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) revelou que as mudanças climáticas e o chamado aquecimento global estão afetando a temperatura no Brasil, causando eventos extremos de calor e frio na costa do país.
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No estudo inédito publicado na revista Scientific Reports do grupo Nature, os pesquisadores destacam que os litorais da região Sul e Sudeste são as áreas mais afetadas, com temperaturas aumentando drasticamente nos últimos 40 anos. Dentro disso, o litoral capixaba é a região mais impactada, com a frequência de eventos extremos de temperatura quase dobrando nos últimos 40 anos.
Os pesquisadores da Unifesp analisaram as informações de temperatura do ar em cinco regiões costeiras do país: São Luís, Natal, São Mateus, Rio Grande e Iguape.
Como os pesquisadores avaliaram os efeitos do aquecimento global na costa do Brasil?
Para avaliar a variação de temperatura, os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos para definir o que seriam temperaturas extremas em cada estado selecionado, levando em conta as especificidades e variações de cada região.
Os eventos de temperatura extrema acontecem quando as temperaturas mínimas ou máximas ultrapassam a média esperada para aquele período em determinada região.
Com isso, os pesquisadores avaliaram os padrões sazonais e diários dessas ocorrências. A frequência e a duração desses fenômenos vem aumentando ao longo do tempo, o que indica que a costa brasileira não está imune às mudanças climáticas.
Segundo o estudo, as mudanças nos padrões de eventos extremos na costa do Brasil são um sinal de alerta para a fragilidade do país diante dos fenômenos de mudança climática. É importante que sejam tomadas estratégias que visem mitigar esses efeitos, principalmente para populações e regiões mais vulneráveis.
Os pesquisadores ainda lembram que as mudanças na temperatura também podem trazer mudanças econômicas, afetando setores como os de produção agrícola e turismo local.
Com este estudo, foi possível observar como a frequência e a intensidade dos valores de temperaturas máxima e mínima, a variação da amplitude térmica ao longo do dia e as mudanças abruptas de temperatura entre dias consecutivos variam em cada região e época do ano. A pesquisa da Unfesp foi publicada no dia 25 de abril com o título “The increase in intensity and frequency of surface air temperature extremes throughout the western South Atlantic coast“.