Grande parte dos brasileiros acredita que o valor do salário mínimo atual, que passará por um reajuste no próximo mês, não é uma quantia boa o suficiente para quitar todas as despesas de uma família, visto que o preço dos produtos, além das contas de consumo, como energia e água, estão subindo pouco a pouco e assustando.
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Um levantamento produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) só reforça que esta noção da população é coerente. Segundo a pesquisa, o valor da remuneração deveria ser de R$ 6.571,52, pois assim poderia cobrir os gastos de uma família com quatro integrantes, com adultos e crianças.
Por que o salário deveria ser esse?
Segundo o Dieese, o cálculo foi elaborado com o suporte dos valores da cesta básica de 2023.
A mais cara é a de São Paulo e custa R$ 782,23. Agora, está representando 5,05 vezes o piso salarial do Brasil, que até o momento é de R$ 1.302. Esse resultado também considerou as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas, a partir dos direitos estabelecidos pela constituição, que envolve a alimentação, educação, moradia e transporte.
No ano passado, o piso salarial, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo então presidente Bolsonaro (PL), era de R$ 1.210,44. O valor era aproximadamente cinco vezes menor do que o necessário para movimentar a economia do país. A remuneração que traria uma maior folga para o orçamento dos brasileiros seria de R$ 6.394,76.
Como mencionado, a partir de maio, a remuneração no Brasil passará por um reajuste. O valor de R$ 1.302 aumentará para R$ 1.320, conforme foi anunciado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive, o aumento da quantia foi uma das principais promessas a serem cumpridas pelo governo atual, que pretende aumentar a valorização dos valores. Apesar disso, o reajuste está longe do que foi apontado pelo Dieese.
Ainda segundo a pesquisa, a cesta básica compromete 55,47% do orçamento do brasileiro que recebe o mínimo, sem considerar o valor da Previdência Social. Cidades como São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro e Campo Grande apresentam os valores mais elevados para os alimentos básicos. O investimento chega a R$ 782,23.
Os valores mais baixos estão em Aracaju, Recife e João Pessoa, pois alcançam até R$ 546,14.