Uma situação política entre o Brasil e o Paraguai deve ter impacto na conta de luz dos brasileiros. Desde janeiro deste ano, a tarifa de energia elétrica da usina Itaipu Binacional estava fixada em US$ 12,67 kilowatt (cerca de R$ 62,65 por kw).
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Contudo, a decisão foi tomada de forma unilateral pelo governo brasileiro. “O que tinha, na verdade, era uma aprovação fictícia, porque não existia um acordo bilateral”, explicou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Para chegar a um acordo real entre os dois países, cinco ministros de Estado e o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, se reuniram na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília (DF). Para Silveira, o governo “desarmou mais uma bomba do governo anterior”, já que não havia consenso com os paraguaios sobre a tarifa.
Como ficou agora?
O conselho da usina aprovou o corte da tarifa de energia em aproximadamente 20%, de US$ 20,80 para US$ 16,71 por kilowatt. O valor é mais baixo do que o praticado no ano passado, mas ainda superior ao provisório adotado desde janeiro.
Segundo o diretor brasileiro de Itaipu, a decisão unilateral tomada durante a gestão de Bolsonaro causou prejuízo de US$ 150 milhões à usina. Assim, é possível acreditar que a manutenção do valor anterior era insustentável.
“A primeira vez que se senta à mesa para desarmar mais uma bomba do governo anterior, que foi exatamente tentar fazer uma coisa que é bilateral de forma unilateral e arbitrária”, afirmou o ministro.
Impacto para o consumidor
A tarifa mensal de US$ 16,71 ficará em vigor por todo o ano de 2023, segundo Verri. A alteração deve gerar redução média de 1% na conta de luz dos brasileiros.
“Esperamos que em abril a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já esteja com esses números prontos e que o consumidor possa sentir o reflexo dessa tarifa”, completou o ministro Silveira.
A usina de Itaipu é responsável por cerca de 8,6% da energia consumida no Brasil. Entretanto, apesar de a energia elétrica produzida nela ser dividida igualmente entre as duas nações, já que os paraguaios não consomem toda sua parte e o lado brasileiro acaba ficando com 85% da produção.