A “hipótese da higiene“, amplamente divulgada na década de 1990, atribuiu o aumento das taxas de alergias à “limpeza excessiva”, sugerindo que as crianças deveriam ser expostas a uma ampla gama de micróbios potencialmente nocivos.
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Mas funcionários da Royal Society of Public Health (RSPH) enfatizaram em estudos científicos que esse não é necessariamente o caso, explicando haver alguma confusão sobre a diferença entre sujeira, germes, limpeza e higiene.
Em uma pesquisa com 2.000 pessoas, 23% achavam que as crianças precisavam ser expostas a germes nocivos para fortalecer seu sistema imunológico.
Mais da metade também achava que manter as casas muito limpas era prejudicial. Mas especialistas disseram que essa era “uma crença potencialmente prejudicial” que poderia levar à exposição a algumas infecções perigosas.
Higiene direcionada
Pesquisadores destacaram no estudo que as pessoas devem adotar uma abordagem de “higiene direcionada” com foco na limpeza de áreas específicas dentro de sua casa, mesmo que pareçam limpas, pois isso ajudará a impedir a propagação de micróbios “ruins”.
Segundo o relatório, devemos nos preocupar menos com a limpeza de pisos, paredes e móveis e nos concentrar mais em superfícies, locais de preparação de alimentos, lavagem de panos de prato e lavagem de roupas de cama e toalhas a 60 °C.
Essa abordagem mais direcionada à limpeza pode ajudar a reduzir infecções como listeria, e.coli e norovírus.
Outro mitos
Outros mitos limpos que o relatório aborda incluem os 36% das pessoas que acreditaram erroneamente que a sujeira geralmente ou sempre é prejudicial.
E os 22% das pessoas que nunca lavam e secam panos de prato entre o uso e quase um em cada três (32%) que erroneamente acreditavam que isso era de baixo risco.
Os especialistas também enfatizaram a importância de lavar as mãos com água e sabão antes de comer com os dedos, depois de usar o banheiro, após tossir, espirrar e assoar o nariz e depois de manusear e colocar roupas sujas na lavagem.
A professora Lisa Ackerley, administradora da RSPH e especialista em higiene alimentar, disse: “Sair ao ar livre e brincar com amigos, familiares e animais de estimação é ótimo para a exposição a ‘boas bactérias’ e para a construção de um microbioma saudável (material genético essencial para o desenvolvimento e a imunidade), mas também é crucial que o público não entenda errado – isso não precisa atrapalhar a boa higiene”.