O Congresso Nacional está estudando uma medida que visa aprovar um teto para o juros rotativo do cartão de crédito, fato que pode acabar prejudicando as instituições financeiras que trabalham com essa modalidade. Assim, um dos bancos que mais tem acompanhado essa movimentação do governo federal é o Nubank, visto que ele pode ser uma das instituições mais prejudicadas caso o texto seja aprovado.
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O juros rotativo do cartão é uma operação de crédito na qual as operadoras do cartão repassam os valores não pagos pelo cliente para a próxima fatura. Contudo, para que essa possibilidade seja feita, a financeira cobra juros do cliente, o famoso juros rotativo, conhecido por ser a operação com maior taxa de juros do mercado.
Segundo um levantamento do Banco Central, essa taxa de juros fica na média de mais de 400% ao ano. Em relação ao Nubank, as tarifas são de 326,36%, somando 12,85% ao mês.
Medida coloca em risco a existência do cartão de crédito
Em uma entrevista ao Valor Econômico, o CEO do Nubank, David Vélez, se posicionou sobre o intuito do governo de diminuir a taxa do juros rotativo. De acordo com Vélez, a decisão possui uma boa intenção. Porém, ela pode causar um sério choque no sistema financeiro nacional.
Dessa forma, caso a medida seja aprovada, o cartão de crédito pode ser cancelado por algumas instituições financeiras. A medida acontecerá devido a ele não ser mais rentável para que as operadoras continuem com eles. Assim, milhões de brasileiros irão perder sua modalidade e pagamento favorita. De acordo com Vélez, 40% das famílias brasileiras realizam seu consumo por meio do cartão de crédito.
No entanto, o posicionamento de David Vélez contra a nova medida pode não ter somente a ver com a vida dos brasileiros, mas sim com a sobrevivência de sua fintech. Segundo especialistas, o Nubank será uma das financeiras mais prejudicadas com a redução do teto do rotativo.
Nubank pode perder 17% de sua receita
O Santander fez um relatório sobre o Nubank em relação à nova medida. De acordo com as informações do levantamento, caso o governo estabeleça um teto de 8% ao mês para o rotativo, a fintech iria perder cerca de 17% de sua receita. Isso devido a quantidade de pessoas que utilizam o famoso cartão de crédito roxinho.
Sendo assim, a situação preocupa a direção da empresa. Isso devido a possível limitação do teto ter aparecido no relatório que a fintech entregou à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Neste documento, a fintech afirma que essa possibilidade pode acabar modificando as operações da empresa.