O salário mínimo pode chegar a R$ 1.441 em 2024, segundo cálculos feitos pelo economista Tiago Sbardelotto, especialista em contas públicas da XP. A nova regra proposta pelo governo para a valorização do salário mínimo é baseada na inflação do ano anterior medida pelo INPC e no PIB consolidado de dois anos antes.
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A fórmula de cálculo do salário mínimo é parte de uma política de valorização que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou em seu despacho aos parlamentares no Diário Oficial da União desta sexta-feira (5).
A nova fórmula deve ser aplicada ao valor do salário mínimo a ser corrigido e o piso de 2023 está em R$ 1.320. Essa proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.
Entenda o cálculo que leva o mínimo a R$ 1.441 em 2024
A conta feita por Sbardelotto considera que o INPC de 2023 deve ficar em 6,1%, estimativa da XP. O PIB de 2022 cresceu 2,9%. Ou seja: R$ 1.320 + 6,1% + 2,9% = R$ 1.441. Se a inflação deste ano for maior ou menor que o estimado pelo economista, o valor do salário vai ser outro.
A proposta para o Orçamento de 2024 enviada pelo governo ao Congresso estipula o salário mínimo em R$ 1.389. Se o piso ficar em R$ 1.441, o gasto do governo vai subir em R$ 46,7 bilhões, segundo as contas da XP.
A política de valorização apresentada determina que o reajuste terá ganho acima da inflação todos os anos, exceto quando o PIB de dois anos antes for negativo. Nesse caso, o reajuste será feito apenas pela inflação. Com isso, a negociação do reajuste deixa de ser feita entre governo e Congresso a cada ano.
Essa medida foi uma das bandeiras de campanha de Lula e tem como objetivo aumentar o poder de compra das famílias. Desde 2019, não há mais lei determinando o reajuste acima da inflação. Na época, a avaliação do governo Jair Bolsonaro foi de que o impacto para as contas públicas seria muito grande.