Dores recorrentes no corpo podem ser sinais de problemas de saúde graves e merecem atenção médica. Quando se trata de dor progressiva no ombro, especificamente, é sempre importante considerar se poderia ser um sintoma de um câncer agressivo, chamado de tumor de Pancoast.
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O que é o tumor de Pancoast?
O tumor de Pancoast é um tipo específico de câncer de pulmão que ocorre no topo do órgão e, devido ao seu avanço, comprime artérias e nervos da região, resultando em dores desagradáveis nos ombros.
De acordo com o oncologista Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), a parte mais alta do pulmão está situada entre vértebras, costelas e em uma região onde muitas artérias e nervos passam.
Principais sintomas
Ele explica ainda que quando o câncer de pulmão se manifesta, ele se comprime entre as outras partes do corpo, causando dores. A dor do tumor de Pancoast é bastante específica e, de acordo com o especialista, assemelha-se à sensação de golpear o cotovelo. Ela ocorre continuamente, o que é uma compressão nervosa.
Antes da dor constante, é possível ocorrer uma sensação de formigamento e calor no local. O nervo facial também pode ser afetado pela compressão, causando, inclusive, queda da pálpebra. Além disso, o tumor de Pancoast pode reduzir as artérias que passam na região onde está localizado e, nesses casos, há uma diminuição do fluxo de sangue para o braço próximo ao pulmão.
Isso pode causar outros sintomas, como diferenças de coloração e de temperatura entre um braço e outro. O oncologista relata que “a compressão do nervo do braço também pode levar a lesões permanentes, com perda da força e funcionalidade do braço, especialmente com uma debilitação dos movimentos do dedo mindinho do braço afetado”.
Como evitar a evolução do câncer?
Segundo o oncologista, a demora em conseguir o diagnóstico correto é um fator que contribui para a evolução desse tipo de tumor. Como a dor é no ombro, os pacientes – geralmente – procuram assistência de um ortopedista para fazer o tratamento.
Entretanto, Buso alerta que todos os profissionais de saúde devem estar cientes desse tipo de dor aguda e persistente e, mesmo que não sejam oncologistas, devem realizar exames de imagem para identificar sinais do tumor. “O problema maior consiste no paciente se acostumar com a dor persistente e com a perda de força e não procurar o médico”, diz Buso.
Todos os pacientes que sentem dores persistentes ou agudas devem acompanhar seu tratamento de perto e procurar ajuda médica sempre que houver necessidade. A dor é um sintoma importante do corpo e deve ser levada a sério, especialmente quando é persistente e localizada no ombro.