Denúncia! Condições de trabalho para treinar ChatGPT eram precárias 

Profissionais foram contratados para editar textos da plataforma, mas recebiam apenas U$ 2 por hora. As condições de trabalho eram uma tortura.



Quem sempre acompanha as notícias acerca das novidades sobre o ChatGPT, já deve conhecer como a ferramenta desenvolvida pela OpenAI funciona. A empresa realiza uma série de testes com o sistema, além de efetuar diversos treinamentos de dados, todos conduzidos por uma equipe robusta de profissionais. O trabalho executado para tornar esse projeto algo concreto e de sucesso foi penoso em muitos níveis.

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Antes de o recurso conquistar os mais de 100 milhões de usuários em apenas dois meses, a companhia recrutou trabalhadores do Quênia para que pudessem ajudar nesta tarefa, contudo as condições de trabalho não eram as melhores, segundo aponta uma investigação feita pela revista Time.

As informações divulgadas destacam que, para o recurso chegar ao topo do mercado de inteligência artificial (IA), os bastidores do projeto foram marcados por profissionais mal remunerados, com saúde mental abalada e exploração. Até mesmo no Brasil, casos de trabalho com relação à IA já foram parar nos tribunais.

Profissionais relatam que o trabalho parecia uma tortura

Os trabalhadores que aparecem na investigação são do Quênia e foram contratados pela empresa terceirizada Sama. A função deles era identificar qualquer tipo de resposta violenta que a assistente virtual fornecia e, para isso, recebiam o salário de US$ 1,32 a US$ 2 por hora.

A revista ainda apresentou o relato de alguns funcionários.

Eles contam que editavam cerca de 150 a 250 textos com mil palavras. O conteúdo passavam por espécie de filtro para que nenhum discurso de ódio chegassem até os usuários. O trabalho não foi fácil e gerou uma série de traumas aos editores após passarem horas ressignificando os textos.

Devido aos problemas que deixaram os trabalhadores mentalmente abalados, o contrato foi encerrado oito meses antes do que o previsto, em fevereiro de 2022. E no final daquele mesmo ano, o ChatGPT ganhou popularidade.

Ao que tudo indica, a prática, com condições precárias de trabalho, ocorre desenfreada em diversas empresas e atinge principalmente imigrantes que sabem falar mais de um idioma. Pessoas venezuelanas já participaram de treinamento de IA por meio da empresa DignifAI e em condições parecidas, conforme divulgou a BBC.

No Brasil, um caso similar foi registrado no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), onde uma colaboradora freelancer recebia R$ 0,11 por minuto pelo seu serviço, o que gerava uma longa jornada de trabalho para garantir uma boa remuneração em uma empresa de IA de São Paulo.




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