Estudos recentes mostram que o cérebro humano começa a absorver informações antes mesmo do que se imaginava. Mesmo no útero, o feto demonstra ser capaz de receber estímulos não apenas do meio em que vive, mas também daquilo que está além da pele humana. No entanto, depois do nascimento, conversar com o bebê demonstra ser fundamental para seu desenvolvimento.
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Conversas com o bebê podem ser uma boa ideia
Alguns estudos do mesmo tipo já mostravam que conversar e dialogar bastante com as crianças, desde os primeiros meses de vida, resultava em ganhos. No geral, o processamento da linguagem e o aumento do vocabulário são fatores impactados diretamente pelas conversas com os pais.
Pesquisadores afirmam que encontraram uma relação entre o volume de conversas com os bebês e a quantidade de mielina no cérebro. Essa substância envolve os nervos e faz com que os sinais sejam mais claros e eficientes.
Entenda mais sobre a pesquisa
O trabalho foi desenvolvido na Universidade de East Anglia e publicado no Journal of Neuroscience. Ao todo foram 163 crianças com idades entre seis meses e 30 meses de vida. Os pesquisadores registraram 6.208 horas de dados de linguagem no estudo. Eles identificaram que crianças com mães mais educadas foram expostas a maiores quantidades de fala adulta e produziram mais vocalizações.
O principal autor da pesquisa, John Spencer, afirmou que é fundamental estabelecer conversas com o bebê. “Acho que a mensagem para levar para casa é: converse com seus filhos. E isso importa […]. O que é impressionante aqui é que está literalmente moldando a estrutura do cérebro”, disse ele sobre os períodos de diálogo.
Quanto mais conversas, mais desenvolvimento
A equipe de pesquisa descobri que quando mais conversas com o bebê, maior é o desenvolvimento. À medida que o cérebro se desenvolve, a quantidade de mielina aumenta. Para as crianças de 30 meses, maiores quantidades de fala adulta foram associadas a maiores quantidades de mielina nas vias relacionadas à linguagem no cérebro foram presenciadas.
“Quando você tem seis meses de idade, mais informações são boas. Mas, nesse ponto, seu cérebro está crescendo maciçamente e você obtém esse crescimento maciço de novos neurônios”, disse ele. “Assim, a informação entra e pode ajudar a prolongar esse período de crescimento cerebral”.
Embora os dados sejam estimulantes, os pesquisadores informam que eles ainda devem ser aprofundados e que falta entender a fundo quais são os desdobramentos desse desenvolvimento para a vida adulta da pessoa.
