O futebol brasileiro passa por um momento bastante delicado e os escândalos de manipulação de resultados envolvendo jogadores e empresas de apostas seguem dando o que falar. O zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, por exemplo, recebeu ameaças de morte de apostadores.
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Um dos envolvidos no esquema, Bauermann recebeu propostas de apostadores, aceitou dinheiro, e após não cumprir o acordo, deixou os aliciadores irritados.
Detalhamento do caso
De acordo com uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, o zagueiro tentou retribuir a falha que cometeu no primeiro jogo, contra o Avaí, no qual deveria ter tomado um cartão amarelo, sendo punido com um cartão vermelho na partida contra o Botafogo. Porém, o plano não deu certo e o jogador falhou mais uma vez, já que as punições sofridas após o apito final não são contabilizadas pelas empresas de apostas esportivas.
No vídeo divulgado pelo programa da Rede Globo, o apostador Romário dos Santos, um dos envolvidos no caso, aparece tecendo ameaças à Bauermann.
“Fala pra ele aqui, fio, ó. Essa (bala) aqui é pra você, viu, seu condenado. Essa aqui é pra sua irmã, pra sua mãe. Aqui com nós é só assim, bebê. Venha!”, diz Romário.
No jogo contra o Avaí, no qual em tese o zagueiro deveria ter sido punido com o amarelo, Bauermann recebeu 50 mil reais de forma antecipada por parte dos apostadores. No entanto, diante das falhas que levaram o plano a se tornar um fiasco, os aliciadores ficaram a ver navios e com isso intensificaram as ameaças, estendendo-as também à familia do atleta.
Quem são os outros investigados
Na primeira fase da Operação Penalidade Máxima, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e se tornaram réus por participar de esquema de manipulação de resultados. O grupo vai responder pelas práticas de organização criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de reclusão ou pode ser convertida em pagamento de multa; e corrupção ativa, cuja pena varia de dois a 12 anos de reclusão. São eles:
- Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense);
- Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá);
- Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa);
- André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano);
- Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã);
- Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
O grupo participou do esquema para cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, pela Série B de 2022. No entanto, na partida entre Vila Nova e Sport, o esquema furou, uma vez que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.
Já o jogador Joseph cometeu o pênalti na partida entre Criciúma e Tombense. Mateusinho, por sua vez, fez a mesma coisa na partida entre Sampaio Corrêa e Londrina. Além disso, segundo o Ministério Público, os demais atletas do Sampaio citados estavam cientes de tudo e também participaram de alguma forma.
Já na segunda fase da Operação foram denunciados os seguintes jogadores, acusados de ou aceitar vantagem patrimonial indevida, crime previsto no artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, cuja pena vai de dois a seis anos de reclusão e multa; ou prometer vantagem patrimonial indevida, crime previsto no artigo 41-D do mesmo estatuto, cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão e multa.
- Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos);
- Gabriel Tota (meia, Ypiranga-RS);
- Paulo Miranda (zagueiro, sem clube);
- Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport);
- Victor Ramos (zagueiro, Chapecoense);
- Fernando Neto (volante, São Bernardo);
- Matheus Gomes (goleiro, sem clube).