Com os parlamentares americanos ainda longe de um consenso sobre o ajuste no teto de gastos do país, começa a ser discutido no Brasil as possíveis consequências para o país se os Estados Unidos devem calote pela primeira vez na história.
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Isso porque as autoridades afirmam que, se nenhum acordo for alcançado em breve entre os políticos americanos, o Tesouro do país mais poderoso do mundo ficará sem dinheiro já no início de junho.
Enquanto isso, especialistas avaliam que um calote é improvável, mas dada a possibilidade, alertam para um possível colapso que afetaria a inflação, os juros e a taxa de câmbio no Brasil.
O impasse sobre a renegociação do limite da dívida dos Estados Unidos tem sido o centro das atenções dos noticiários econômicos e internacionais nas últimas semanas. Desde janeiro, os EUA atingiram o limite estabelecido para o ano fiscal atual, de US$ 31,4 trilhões.
O presidente Joe Biden e os democratas estão em uma batalha com os republicanos, que possuem maioria no Congresso, para elevar o limite da dívida deste ano. O tempo é curto, pois o governo corre o risco de ficar sem recursos para pagar as dívidas que vencem no início de junho.
Embora um calote pareça distante, especialistas concordam que as consequências seriam catastróficas em nível global. No Brasil, os impactos seriam sentidos rapidamente, destacando-se a desvalorização do real em relação a outras moedas, a queda na bolsa de valores, o aumento da pressão inflacionária, a elevação e manutenção das taxas de juros em patamares altos, e a possibilidade de desaceleração econômica e recessão.
Se os EUA não chegarem a um acordo para elevar o teto da dívida e não honrarem seus compromissos, os ativos de risco seriam afetados. A desvalorização do dólar e de moedas de países emergentes seria provável, enquanto moedas como euro, iene e franco suíço seriam consideradas refúgios. Aumentos significativos nas taxas de juros poderiam ocorrer, tanto nos EUA quanto em outros países.
O que pode acontecer com o Brasil se os EUA derem calote?
No Brasil, os impactos socioeconômicos seriam intensos. A pressão inflacionária aumentaria devido à desvalorização do real e ao encarecimento de produtos importados. Além disso, as taxas de juros poderiam ser mantidas ou elevadas para atrair investidores estrangeiros e tentar conter a desvalorização do real.
A atividade econômica nacional também poderia desacelerar devido aos custos mais altos para o consumo. E, ainda, as exportações brasileiras poderiam diminuir, afetando negativamente o país.
Embora se fale do risco dos EUA não entrar em acordo e assumir as dívidas a tempo, é consenso entre os especialistas que nenhum dos partidos tem interesse em permitir que isso aconteça. Históricamente, governo e oposição sempre chegaram a um acordo.
