A psicóloga argentina Camila Saraco tinha muitos pacientes com histórias semelhantes: todos haviam tido uma criação tóxica. Saraco percebeu que muitos de seus pacientes sofriam de baixa autoestima e sensação de insuficiência. Ela resolveu criar um curso chamado “Pais Tóxicos” para dar aos pacientes um melhor entendimento dos efeitos desse tipo de criação, as características dos pais tóxicos e como lidar com eles.
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Saraco explica que um pai ou mãe tóxico nem sempre é uma pessoa má, mas muitas vezes é alguém que sem saber ou sem querer, acaba tendo comportamentos prejudiciais para seus filhos. O psicólogo mexicano, Joseluis Canales, concorda com a Saraco, acrescentando que o que separa os pais tóxicos dos demais pais é a maneira como eles cumprem ou negligenciam suas duplas funções: dar amor e formar para a vida.
Canales, autor de vários livros, destaca que há uma diferença de geração entre a forma como pais antigos e modernos lidavam com seus filhos. Os pais Baby Boomers e Geração X tinham dificuldades em oferecer carinho e apoio emocional aos filhos. Saraco, por outro lado, observa mais comportamentos tóxicos em pais amorosos que superprotegem seus filhos e acabam criando “filhos-tiranos” que não conseguem lidar com as emoções.
Pais tóxicos podem ser tanto homens quanto mulheres. Quando um casal é responsável pela criação, os danos podem ser causados por ambos. “Se um dos membros do casal é tóxico, o outro é um abusador passivo”, explica Canales.
Confira as principais características de pais tóxicos
Algumas características dos pais tóxicos incluem:
- Abuso físico ou emocional
- Manipulação
- Controle excessivo
- Negligência
Pais tóxicos de gerações anteriores tendiam a impor limites agressivos para forçar seus filhos a submeterem-se, enquanto pais tóxicos modernos superprotegem seus filhos e evitam que eles enfrentem desafios.
Segundo Saraco e Canales, lidar com pais tóxicos requer que as pessoas afetadas tenham força e segurança emocional para estabelecer limites. Muitas vezes é necessário desaprender o comportamento que os pais tóxicos encorajaram e reaprender o que é o verdadeiro amor. Com autoestima e segurança fortalecidos, é possível evitar a manipulação e estabelecer relacionamentos saudáveis.
No entanto, Saraco adverte que é importante não tentar mudar os pais tóxicos ou tentar argumentar com eles, pois geralmente não leva a lugar algum. Em vez disso, reforça que é melhor aprender a estabelecer limites emocionais ou até físicos, se necessário, e evitar entrar em discussões inúteis.
Lidar com pais tóxicos pode ser uma jornada difícil, longa e dolorosa, mas há esperança para aqueles que desejam sair dessa situação. Com coragem e força emocional, é possível romper com esses padrões construir uma vida mais saudável e feliz.
