Trabalhar quatro dias por semana parece um sonho. Com o final de semana mais longo, é possível dedicar mais tempo aos projetos pessoais, à família ou até mesmo àquele período para resolver pendências domésticas. Este sonho de muitos profissionais parece estar cada vez mais próximo de se tornar realidade! Isso, porque a semana de quatro dias de trabalho vai começar a ser oficialmente implementada em empresas brasileiras a partir de junho.
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A prática já vem sendo testada em várias partes do mundo pertence à 4 Day Week Global, comunidade sem fins lucrativos que apoia companhias a alterar as suas jornadas de trabalho de cinco para quatro dias por semana.
Cenário do trabalho
Apesar dos experimentos no Brasil se iniciarem oficialmente em junho, algumas empresas já adotaram o modelo por conta própria, seguindo a tendência do mercado internacional, contudo as companhias que ainda não aderiram ao modelo podem se inscrever para receber orientação e consultoria para aplicação da novidade como um teste.
Vale ressaltar que o modelo adotado pela comunidade global é o 100-80-100. Em outras palavras, o trabalhador recebe 100% do salário, cumprindo 80% do tempo trabalhado, mas entregando 100% de produtividade.
Renata Rivetti, fundadora da Reconnect Happiness at Work, uma empresa brasileira parceira da 4 Day Week Global para a implementação da novidade, afirma que o piloto da jornada de quatro dias permite que, com menos tempo de trabalho, se obtenha os mesmos resultados em produtividade e em diversos outros ganhos.
“As empresas que fizeram a transição para uma semana de trabalho de 32 horas percebem aumentos na produtividade, maior atração e retenção de talentos, envolvimento mais profundo do cliente e melhor saúde, bem-estar e felicidade dos colaboradores. É um projeto com foco inicial no aumento de produtividade, mas que acaba resultando em ganhos para os indivíduos, suas famílias e para todos nós como sociedade”, explicou.
Resultados
Esse modelo de jornada reduzida já apresenta resultados promissores ao redor do globo. Isso, porque empresas e funcionários mostram uma tendência de querer manter o modelo após o período de teste. Tudo isso é resultado do aumento da produtividade e até mesmo do lucro, atrelados à redução de nível de estresse dos funcionários.
Prova disso é que na Australásia, após a adoção da jornada de 32 horas, a produtividade aumentou em 54% enquanto as faltas caíram 44%. No Reino Unido, a receita das empresas aumentou 35% e os desligamentos reduziram 57%.
Os dados relativos à saúde mental também são animadores. Na prática, o burnout reduziu em 64% entre os funcionários na Australásia, 67% nos Estados Unidos e 71% no Reino Unido. Na mesma linha, os índices de estresse caíram 38% na Australásia, 32% nos Estados Unidos e 39% no Reino Unido.
Desafios
Apesar de todos os resultados positivos, uma das maiores dificuldades da implementação da semana de quatro dias hoje é a cultura do empresariado. Isso se dá apenas porque muitos empresários ainda acreditam que quanto maior o tempo de trabalho, maior será a produtividade dos funcionários.
Nessa mesma linha, outro desafio que se apresenta é o encontro do modelo ideal para cada companhia, uma vez que setores diferentes da economia têm modelos de execução distintos.