O combate à pirataria intensificado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) nos últimos meses entrará em uma nova fase a partir de julho. Em parceria com a Ancine (Agência Nacional do Cinema), órgão quer derrubar transmissões piratas de TVs por assinatura ou streaming feitas ao vivo.
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Os usuários que utilizam uma forma de acesso ilegal para assistir seus canais preferidos pode ter a transmissão suspensa na hora. O foco das ações serão momentos como as quartas-feiras de futebol e os finais de semana, quando a audiência cresce.
Assim, os jogos poderão ser interrompidos antes do segundo tempo, enquanto os filmes e os episódios das séries serão cortados no meio.
Bloqueio ao vivo
A nova ação para permitir o bloqueio de transmissões ilegais ao vivo será possível após a inauguração de um laboratório das agências em Brasília (DF). “Estamos concluindo a montagem de um laboratório dentro da agência para bloquear conteúdos ao vivo. Isso é de extrema importância”, afirmou Moisés Moreira, conselheiro da Anatel.
O procedimento para a derrubada do sinal será feito muito rapidamente, mas não há detalhes sobre seu funcionamento, já que isso poderia expor o método utilizado.
“Vamos poder trabalhar em parceria e começar a mandar bloquear esses canais de forma imediata, por exemplo, quando tem um jogo ao vivo, uma coisa que não pode demorar mais do que meia hora. Se levar duas horas, já acabou o jogo. Então, vamos começar a fazer esse tipo de ação também”, completa Moreira.
O impacto esperado pelas autoridades é a piora na experiência do usuário que utiliza serviços de transmissão irregulares, o que deve desestimular sua contratação.
TV Box
O laboratório da Anatel faz parte de um pacote de medidas lançado neste ano para reduzir o avanço da pirataria no Brasil. Em fevereiro, a agência iniciou a suspensão do sinal de aparelhos clandestinos de TV Box.
O dispositivo converte aparelhos de TV antigos em televisões smart, mas a grande maioria disponível no mercado não foi homologada e “rouba” o sinal das emissoras. Após dez operações, milhares de pessoas ficaram sem acesso às transmissões clandestinas.
A ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) estima que cerca de 6 milhões de famílias utilizam o “gatonet” no Brasil, gerando perdas de R$ 15 bilhões por ano aos mercados de telecomunicações e audiovisual.