Arrogantes ou revolucionários: como é a Geração Z no ambiente de trabalho?

As visões da geração mais jovem têm impulsionado transformações no ambiente profissional, especialmente em relação a práticas ultrapassadas.



Vamos encarar a realidade: os millennials estão começando a sentir o peso da idade. E nessa transição, além das dores aleatórias espalhadas pelo corpo, eles estão descobrindo o prazer de menosprezar a Geração Z, chamando-os de preguiçosos e arrogantes. Mas será que essa visão é justa? Será que estamos subestimando o impacto dessa geração no ambiente de trabalho?

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A nova geração: além da preguiça e arrogância

Nos últimos tempos, a Geração Z tem ganhado destaque e os millennials aproveitam a oportunidade para alfinetá-los. É fácil rotulá-los de alvo fácil, principalmente por tendências como o “quiet quitting” – aquela mania de fazer o mínimo possível no trabalho. Mas será que estamos apenas desconsiderando suas opiniões por causa de sua juventude? Ou será que há algo mais profundo acontecendo?

Essa geração tem uma forma peculiar de exigir melhores condições e buscar mais, mesmo sendo jovens. É compreensível que isso cause certa estranheza, mas cada geração traz consigo uma nova perspectiva sobre como o trabalho deve ser encarado.

Os indivíduos da geração millennial, por exemplo, desempenharam um papel importante em tornar comum a mudança de emprego quando o salário não era adequado ou quando a lealdade não era apreciada. Isso ocorreu devido ao fato de terem crescido em um mundo que parecia estar desabando ao seu redor.

A Grande Recessão impactou os mais velhos dos millennials quando tinham 27 anos, exatamente a mesma idade que os mais velhos da Geração Z têm atualmente. No início de suas carreiras, os millennials enfrentaram um mercado de trabalho precário, com empregos mal remunerados e poucas oportunidades de crescimento. E quando finalmente a tão sonhada estabilidade financeira chegou, o mercado imobiliário estava tão aquecido que adquirir uma residência parecia um objetivo distante e inalcançável.

Fazendo um comparativo, a Geração Z está apenas começando a vivenciar suas próprias decepções, mas, convenhamos, eles têm algo que as gerações anteriores não tiveram: acesso ilimitado à informação por meio das redes sociais e da internet.

Pense só: eles foram criados em uma realidade em que o Google substituiu as bibliotecas e as redes sociais fazem parte de suas vidas desde uma idade muito precoce. O mundo deles é completamente diferente do que as gerações anteriores conheceram, e é natural que isso se refleta em suas expectativas e exigências no âmbito profissional.

Redes sociais como TikTok, Instagram e YouTube proporcionaram a qualquer indivíduo a oportunidade de se tornar um influenciador, um tipo de empreendedor contemporâneo. Além disso, a Geração Z carrega consigo um otimismo, um desejo de estabelecer sua própria ideia de uma vida confortável em meio a uma economia instável. Eles estão desafiando convenções e moldando um futuro distinto.

Cultura de múltiplos empregos

Os millennials trouxeram consigo uma cultura de empregos múltiplos, mas isso acabou se tornando sinônimo de exaustão e estresse crônico. Termos como “burnout” e “estresse tóxico” passaram a estar associados às piores facetas do capitalismo e do feminismo corporativo.
Entretanto, a Geração Z está encontrando uma nova abordagem para lidar com essa questão. Com a possibilidade de trabalhar remotamente, eles estão aproveitando oportunidades para realizar diversos trabalhos simultâneos.

E aqui está um fator interessante: o avanço da inteligência artificial pode até aprimorar ainda mais a capacidade da Geração Z de lidar com múltiplas tarefas. Imagine só, pedir para um robô escrever um rascunho enquanto você participa de uma reunião.

A Geração Z está nos estágios iniciais de suas carreiras e talvez não demonstre tanta preocupação com as repercussões de perder um ou até mesmo dois empregos em tempo integral.

Então, será que eles são realmente “arrogantes”? Talvez seja hora de reconsiderar nossa visão e valorizar as contribuições que a Geração Z está trazendo para o ambiente de trabalho. Vamos celebrar essa geração que, mesmo jovem, está revolucionando a forma como encaramos o trabalho.

Os millennials podem até chamá-los de arrogantes, mas talvez seja hora de repensar e reconhecer a importância dessa nova geração. Juntos, podemos construir um ambiente profissional mais justo e gratificante para todos, independentemente das diferenças de idade.




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