O El Niño pode registrar sua forma mais intensa dos últimos 70 anos, afirma a agência norte-americana NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica). Outras entidades, como o Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade, também fazem a mesma avaliação sobre as condições.
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Em maio, a temperatura do Pacífico foi a maior desde 1973, indicando a ação intensa do El Niño. Apesar do indicador falhar, em 1997 e 2005 esse calor observado em maio se perpetuou pelos meses seguintes. Mas o terceiro maio mais quente da história da pesquisa, registrado em 1980, não foi seguido pelo fenômeno.
Outro sinal de que ele está atuando no planeta é o aumento das chuvas na Linha do Equador e a redução na Indonésia. O governo norte-americano estima que há 84% de chance de uma ocorrência moderada do fenômeno, 56% para uma forma mais intensa, 12% para uma mais fraca e 7% dele não ocorrer em 2023.
Se confirmado, o El Niño pode durar no mínimo até o fim deste ano, indica o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Efeitos do El Niño
Sua principal característica é o “aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, podendo se estender desde a costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial”, explica o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Ele costuma se formar no segundo semestre e aumentar a temperatura das águas ao menos 0,5 °C por, no mínimo, seis meses.
Os cientistas observaram dez ocorrências do El Niño desde 1983: em 1983, 1987, 1988, 1992, 1995, 1998, 2003, 2007, 2010 e 2016. Se confirmada, esta será a 11ª ocorrência.
Sobre a nova passagem, o Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade diz que as “as principais variáveis oceânicas e atmosféricas agora são consistentes com o desenvolvimento das condições do El Niño”, corroborando com outras entidades.
“Vale lembrar que ele não tem um período de duração definido, podendo persistir até dois anos ou mais”, acrescenta.
No Brasil, o fenômeno provoca aumento das chuvas na região Sul e seca nas regiões Norte e Nordeste. Não há evidências de impactos nas chuvas do Sudeste e Centro-Oeste.