O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta segunda-feira (5) que o governo estenderá a Medida Provisória que tem como objetivo diminuir o preço dos carros populares para também abranger veículos de carga e transporte coletivo, como caminhões e ônibus.
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Haddad afirmou que o programa passou por uma reformulação e agora terá um foco maior em caminhões e ônibus, mas também incluirá carros populares, que estavam no plano inicial.
Para que isso ocorra, a nova proposta é antecipar a reoneração sobre o diesel, que estava prevista para janeiro de 2024, a fim de aumentar a arrecadação e financiar o programa.
Com a antecipação da reintrodução dos impostos sobre o diesel deve gerar uma receita de R$ 3 bilhões, o dobro do necessário para cobrir a redução do preço dos carros populares. Haddad estima que a medida custará cerca de R$ 1,5 bilhão, enquanto o restante será utilizado para reduzir o déficit público ainda em 2023.
Caminhões e ônibus ganham destaque, mas carro popular continua
Até o momento, o que se sabe é que o governo reduzirá os impostos federais, como IPI e PIS/Cofins, o que resultará em uma queda no preço final dos carros populares entre 1,5% e 10,94%. A redução dos impostos se aplicará apenas a veículos com valor inferior a R$ 120 mil. Ainda não há informações sobre o desconto em ônibus e caminhões.
Para carros, a alíquota de redução variará dentro dessa faixa de acordo com três critérios: aspecto social, proporcionando maior acesso à compra de veículos; eficiência energética, premiando fabricantes que poluem menos; e densidade industrial, favorecendo montadoras que realizam mais etapas de produção no Brasil.
Embora a medida tenha sido anunciada com foco no público que poderia adquirir os carros, principalmente a classe média, a ala econômica do governo tem abordado o assunto principalmente do ponto de vista da indústria.
Haddad já havia mencionado que a medida seria temporária, visando especificamente lidar com a crise atual na indústria automobilística.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira Lima, chegou a declarar que o objetivo é preservar empregos. “Se um setor como esse colapsa, temos um efeito social muito grande”, disse.