Muitos consumidores que amavam comprar peças na Shein, varejista chinesa de fast fashion, deixaram de fazer encomendas após a Receita Federal intensificar a fiscalização dos pacotes internacionais. Entretanto, tudo pode mudar com o início da fabricação dos produtos no Brasil.
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Como parte de um acordo com o governo brasileiro para reduzir a sonegação de impostos, a empresa deve começar a produzir suas peças em território brasileiro. Mas aí surge a preocupação: os preços vão subir? O que esperar dessa mudança?
Valores mais baixos
Segundo Marcelo Claure, presidente da Shein na América Latina, os produtos devem continuar custando o mesmo ou até menos do que quando importados da China. Ele afirma que o plano é tornar o Brasil um polo mundial de produção e distribuição da companhia.
“O Brasil tem tudo, tem a matéria-prima, o algodão, o poliéster e o jeans. Meu sonho é que tenhamos designers brasileiros, tecidos brasileiros, fabricação brasileira e a venda dos produtos em todo o mundo. Estamos perto de conseguir isso”, disse o boliviano em entrevista à Folha de S.Paulo.
Apesar de a China ter um custo menor de produção, o gasto com logística para trazer as mercadorias ao Brasil é muito grande. Como resultado dessa equação, Claure prevê uma redução nos gastos gerais.
“As economias obtidas com a logística nos permitem pagar os custos mais altos de fabricação no Brasil, o que incluem os impostos. As primeiras fábricas que montamos nos mostram que os custos são similares. Não precisamos mais importar algodão brasileiro, fabricar na China e exportar para o Brasil”, acrescentou.
Presença no Brasil
A companhia inaugurou recentemente sua primeira no Brasil, na avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo. O país é um dos cinco maiores mercados da Shein no mundo, perdendo apenas para Estados Unidos, Arábia Saudita, França e Inglaterra.
O acordo feito com o ministério da Fazendo prevê o investimento de R$ 750 milhões e transferência de 85% da operação da varejista chinesa para solo brasileiro. Outro compromisso é a criação de 100 mil empregos nos próximos quatro anos.