Muitas pessoas passaram a trocar a Coca-Cola normal pela Coca-Cola Zero, pelo fato de acreditarem que, por possuir zero calorias, a bebida pode ser considerada saudável. Com isso, o consumo do refrigerante acabou aumentando consideravelmente na vida de muitos brasileiros, sem se preocupar com os riscos que o refrigerante diet traz consigo.
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De acordo com um comunicado lançado na última semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o órgão está estudando a possibilidade de incluir o aspartame na lista de agentes possivelmente cancerígenos. O estudo foi realizado em parceria com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, em inglês).
No entanto, o resultado final do estudo será divulgado somente no dia 14 de julho, quando as pesquisas da IARC, do Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da OMS e da Organização para Agricultura e Alimentação (Jecfa, em inglês) serão liberadas.
Qual a quantidade permitida de adoçante?
O aspartame é um adoçante artificial utilizado mundialmente para adoçar alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos como creme dental e pastilhas para a garganta. De acordo com o documento da OMS, o aspartame foi aprovado na década de 1980 pelo Jecfa, com a avaliação de “risco para aditivos e contaminantes em alimentos”. Com isso, foi estabelecido que a dose diária segura era de 40 mg por kg de peso.
Ou seja, um adulto que pesa 70 kg pode ingerir até 2.800 mg de aspartame por dia, mantendo a segurança de sua saúde. Para atingir essa quantia, é necessário consumir entre 15 a 20 saquinhos, ou 60 a 80 gotas de adoçante, conforme explica o Hospital Sírio-Libanês. Além disso, o hospital esclarece também que “como o aspartame é cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar branco normal, ultrapassar essa quantidade na alimentação diária é muito difícil”.
Afinal, é seguro tomar Coca-Cola Zero?
Mesmo que a dose diária de aspartame seja alta, muitos consumidores têm se preocupado com a quantidade do adoçante presente nos alimentos, principalmente nos refrigerantes. As versões Zero e Light da Coca-Cola possuem o aspartame como um dos adoçantes utilizados para substituir o açúcar. Na versão original, não é utilizado o aspartame.
“Em 100ml da Coca Zero, há 12 mg de aspartame, ou 42 mg em uma lata (350 ml)”, afirma Rodolfo Ferrari, médico nutrólogo. Dessa forma, ao levar em consideração a taxa estabelecida pela OMS, de 40 mg de aspartame/kg, uma pessoa de 70 quilos deveria tomar cerca de 66 latas por dia para atingir o limite permitido.
No caso da Coca-Cola Light, a quantidade é menor, visto que o refrigerante conta com maior concentração de aspartame. Assim, a cada 100 ml do refrigerante, há 24 mg de aspartame. Na lata de 310 ml, o consumidor está ingerindo 74,4 mg de aspartame. Nesse caso, uma pessoa de 70 quilos poderia tomar cerca de 37 latas por dia.
Atenção aos excessos
Conforme demonstrado, tomar uma lata de coca zero acompanhada das refeições não gera riscos para a saúde. No entanto, os especialistas afirmam que é necessário ter cautela na hora de consumir alimentos com aspartame na rotina. Isso porque outros alimentos e bebidas também utilizam o adoçante, o que pode acabar ultrapassando esse limite definido pela organização.
“É importante ressaltar que a OMS não é uma agência de alimentos. Ela emite alertas para que outras agências direcionem esforços e emitam diretrizes nos seus países”, afirma o oncologista Alexandre Jácome, oncologista do Grupo Oncoclínicas.
Por fim, Jácome acredita que a classificação do aspartame como possível cancerígeno seja um alerta para que mais pesquisas sejam feitas relacionadas ao uso do adoçante, e não um sinal vermelho para que as pessoas deixem de consumir o adoçante de imediato.